O que esperar de um filme com um título medonho como esse? É como se o time de marketing brasileiro da Hulu (streaming onde foi lançado) estivesse logo avisando para passar longe. A primeira cena dá a deixa de que o filme é de terror, mas ela não tem quase nada a ver com a história inteira.
Dianna Agron de “A Família” é Ella, uma mulher muito bem casada, realizada e independente, mas começa a sentir uma pressão social para ter um filho e acaba cedendo ao fazer em segredo um novo e misterioso tratamento que mistura psicologia com aplicação de hormônios. Só que seus efeitos colaterais podem ser devastadores.
Pela sinopse parece um terror mesmo. Ledo engano. Aliás, as piores partes do filme são quando ele tenta ser de terror, pois ele tem vários outros elementos que nada tem a ver com o gênero e, justamente quando tenta assustar, escorrega feio.
Há uma interessante discussão sobre maternidade no primeiro ato, digna de um bom drama. Mas quiseram fazer um terror. Há até uma cena em que se fala do holocausto e do porquê ele foi tão único, algo que nem em obras sobre o tema, essa visão foi abordada. Mas quiseram fazer um terror.
Tudo que a diretora estreante Alexis Jacknow tenta fazer no que tange a terror, dá errado. Às vezes até beira o suspense, mas ainda assim não funciona. No último ato, há uma cena tão mal pensada que insulta a inteligência do espectador (não posso dar spoilers, mas saiba nas curiosidades mais abaixo).
Sobra até para uma vibe vida após a morte no final liga nada a lugar nenhum. Se a atriz Dianna Agron não fosse tão simpática e comprometida com o papel, seria uma tragédia absoluta.
“Tic-Tac: A Maternidade do Mal” não se entende desde a escrita do roteiro, até a condução amalucada que resulta numa mistura pior do que comida indiana de rua.
Curiosidade:
***SPOILER – SÓ LEIA DEPOIS DE ASSISTIR AO FILME***
- A cena mais absurda é quando o marido de Ella tenta transar com ela e seu pênis se machuca no dispositivo implantando na clínica. Ora, como pode um dispositivo cujo objetivo é facilitar uma gravidez, machucar o pênis do parceiro. Essa é de dar nó nos neurônios.
Ficha Técnica:
Elenco:
Dianna Agron
Melora Hardin
Jay Ali
Grace Porter
Saul Rubinek
Direção:
Alexis Jacknow
História e Roteiro:
Alexis Jacknow
Produção:
Leal Naim
Fotografia:
Martim Vian
Trilha Sonora:
Stephen Lukach