O maior problema de “Terrifier 3” é seu antecessor. Explico: o primeiro “Terrifier” foi feito com pouquíssimos recursos, a direção tosca de seu criador Damien Leone, mas mostrou na tela o serial killer Art, o Palhaço, destroçando gente e, no final, revelando sua natureza sobrenatural.
Em “Terrifier 2”, ele quis estender esse universo e fez uma história sem pé nem cabeça que envolve até uma tal espada mágica. Não deu para entender o que Leone tinha na cabeça.
Neste “Terrifier 3” a impressão que se tem é que roteiro e diretor quiseram consertar os pontos falhos dos dois primeiros sem ter que anulá-los. Com a quantidade de maluquice que veio antes, não é tarefa fácil, mas pode-se dizer que talvez este seja o melhor dos 3 filmes.
Depois de um hiato de 5 anos, Art volta a aterrorizar a cidade de Miles, enquanto a sobrevivente de seu último massacre, Sienna, tenta voltar a ter uma vida normal depois de sair de uma clínica psiquiátrica.
Lá vem o trabalho do roteiro: começa que ele teve que dar um rumo para aquela sobrevivente desfigurada do primeiro e até que a solução e até que funcionou, casando com a origem do personagem.
O mais difícil foi dar um jeito no rolo que foi a tal história da espada e tudo que a rodeia. Não teve jeito: o diretor teve que se ater a ela, com direito a alguns flashbacks que nada explicam e o espectador que vai ter que engolir.
Só que dessa vez, sua condução acerta bem mais que erra. Sem grandes delírios, o filme consegue ser didático o quanto possível para que o público acompanhe a sequencia de eventos, só falhando talvez na virada muito brusca para o último ato, pois havia um compromisso com os produtores de se fazer um filme com menos de 2 horas (Leone fez em 2h05min).
Enfim chegamos na melhor parte: a carnificina que não discrimina raça, gênero e até mesmo idade. As mortes são criativas com requintes de crueldade e litros de sangue com tripas saindo por todos os lados e pedaços de corpos distribuídos na tela. Crianças não são salvas aqui, sendo explodidas e dilaceradas alegremente por Art, que assume aqui um tom certo entre o humor e o terror.
“Terrifier 3” é puro delírio de trash com um vilão talvez mais carismático que os demais personagens, o que dá quase uma chancela para ele massacrar todo mundo, e um roteiro que tenta colocar a franquia de volta nos trilhos, mas que quer mesmo ver o massacre acontecer mesmo que não faça muito sentido.
Curiosidades:
- Com uma produtora financiando, o filme custou pelo menos 10 vezes mais do que os antecessores somados.
- O legendário maquiador de filmes de terror Tom Savini faz uma participação como um transeunte do shopping que dá uma entrevista.
- O ator que incorpora Art, o Palhaço, David Howard Thornton disse que teve que se segurar para não vomitar na cena dos ratos.
- No final aparece uma personagem lendo o livro “O Nono Círculo”. Esse é o título do primeiro curta-metragem de Damien Leone, onde Art, o Palhaço aparece. O curta se encontra dentro do filme “All Hallows Eve”.
- Neste livro, a autora é chamada Rosemary Castavete, uma clara homenagem ao clássico “O Bebê de Rosemary” com o nome da protagonista e o sobrenome de seus vizinhos diabólicos.
- A cena do chuveiro foi a última a ser filmada. A equipe acabou com o estoque de sangue falso e tiveram que parar as filmagens para ir em lojas comprar suprimentos para fazer mais sangue falso.
- A referências a filmes de terror como “O Iluminado” (a cena do rosto de Art na porta”), “Terror em Amityville” e “Os Outros” (a cena da cadeira de balanço com a janela triangular), “Psicose” (a cena do chuveiro), entre outros.
Ficha Técnica:
Elenco:
Lauren LaVera
David Howard Thornton
Antonella Rose
Elliott Fullam
Samantha Scaffidi
Margaret Anne Florence
Bryce Johnson
Alexa Blair Robertson
Mason Mecartea
Krsy Fox
Luciana VanDette
Clint Howard
Bradley Stryker
Daniel Roebuck
Chris Jericho
Tom Savini
Jason Patric
Direção:
Damien Leone
História e Roteiro:
Damien Leone
Produção:
Phil Falcone
Fotografia:
George Steuber
Trilha Sonora:
Paul Wiley