O diretor do sensacional “O Cubo” vota depois de um hiato para mostrar a história de um casal de cientistas Clive e Elsa (Adrien Brody de “Meia Noite em Paris” e Sarah Polley de “Sr. Ninguém” respectivamente) que cria um organismo vivo que pode ser capaz de metabolizar substâncias que trazem a cura para várias doenças. Porém ao injetar um gene humano na mistura, a criatura nasce como um bebê mutante e cresce a passos largos, fazendo com que os cientistas guardem esse perigoso segredo.
O filme acerta bastante naquilo que deve fazer melhor: mostrar a criatura, batizada de Dren (Nerd ao contrário) com detalhes que só efeitos especiais de primeira poderiam materializar, desde sua forma criança, até quando se desenvolve numa mulher, no caso interpretado pela peculiar top model Delphine Chanéac.
Entretanto naufraga quando enfoca na relação entre Clive e Elsa, principalmente a partir da segunda metade quase se transformando num suspense familiar daqueles que passavam no Supercine, já que força a barra em fazer o espectador acreditar no desequilíbrio de Elsa, tendo a criatura como rival. Pior ainda é engolir qualquer atração que Clive possa ter com a desculpa do feromônio de Dren. Infelizmente essa é a trama que ocupa a maior parte dos 104 minutos de projeção.
Até a reviravolta no final é boa, mas mal trabalhada, desperdiçando todo o seu potencial aterrorizante. “Splice” não passa de uma ficção científica razoável que vale pelos ótimos efeitos especiais e por se fazer tão pouco do gênero. Mas só.
Ficha Técnica
Elenco:
Adrien Brody
Sarah Polley
Delphine Chanéac
Direção:
Vincenzo Natali
Produção:
Steven Hoban
Fotografia:
Tetsuo Nagata
Trilha Sonora:
Cyrille Aufort