Soul

Talvez o filme mais simples da Pixar, mas com uma poderosa mensagem, sendo quase um guia de mindfullness (vem aqui para saber o que é).

Joe é um músico de meia idade que nunca teve uma boa oportunidade para se apresentar com uma banda relevante e, quando finalmente consegue, cai num bueiro e morre. Lá no céu, ou melhor, num universo onde se cria vidas e se vai para o grande além (a morte definitiva), ele fica indignado por ter morrido e se disfarça de mentor para novas almas para tentar voltar pra Terra. O problema é que a nova alma que ele pega pra mentorear, chamada simplesmente de 22, odeia a terra e não quer nascer de jeito nenhum. Juntos, os dois vão se meter em várias confusões no além e no mundo dos vivos.

Mais uma vez a Pixar reimaginou o além de uma forma tão peculiar quanto criativa e, aliás, bem diferente do que fez em “Viva – A Vida é uma Festa”. Essa é uma das sacadas, pois as entidades são formas simples, porém com uma flexibilidade complexa como se denotasse um ser adimensional, diferentemente das almas. Além disso, a departamentalização desse universo é bem completa sem ser complexa e o espectador absorve facilmente os papéis e responsabilidades de cada um e de cada lugar. De qualquer forma, a essência do filme está justamente em questionar o valor da existência.

O diretor Pete Docter do sensacional “Divertida Mente” faz uma série de provocações que aprofundam a noção de propósito, paixão, talento natural e como ter atenção plena no presente. Essas reflexões são vividas e discutidas pelos dois personagens principais que representam opostos entre si: Joe que quer voltar ao plano dos vivos a qualquer custo para cumprir o que ele pensa ser seu propósito e 22 que pensa que viver é um desperdício e que é impossível apreciar as belezas da Terra. E na hora que ambos aprendem diferentes lições sobre a verdade não estar em extremos, mas num equilíbrio, a produção sobe de patamar.

Como não podia deixar de ser, outro destaque é a música, seja a trilha etérea feita pelos ótimos Trent Reznor e Atticus Ross de “Mank” ou pelas músicas de Jazz feita a partir de performance de vários artistas.

Soul” emociona e encanta, apesar do desfecho simplista, deve fazer qualquer um repensar a sua vida. E isso é muito mais do que qualquer outro filme mediano consegue fazer.

Curiosidades:

– A música da jazzista Dorothea Williams, um dos personagens da animação, já tinha aparecida na trilha de “Dois Irmãos – Uma Jornada Fantástica”.
– Os easter eggs do caminhão do Pizza Planet e A113 aparecem na cena da Sala do Tudo.
– Primeiro filme da Pixar lançado diretamente via streaming por causa da COVID-19.
– Primeira animação da Pixar onde o título aparece só no fim do filme.
– Primeira animação da Pixar com protagonista negro.
– Primeira animação da Pixar que é lançada no Natal.
– Na cena da barbearia há uma foto da filha do dono segurando o coelho de pelúcia de “Toy Story 4”.
– Os monumentos da Sala de Tudo correspondem aos pavilhões dos países do Epcot Center, um dos parques temáticos da Disney. E ainda tem um castelo que lembra o da Disney World. A Sala de Tudo também tem vários objetos e estruturas dos desenhos anteriores da Pixar.

Ficha Técnica

Elenco:
Jamie Foxx
Tina Fey
Graham Norton
Rachel House
Alice Braga
Richard Ayoade
Phylicia Rashad
Donnell Rawlings
Questlove
Angela Bassett
Cora Champommier
Margo Hall
Daveed Diggs
Rhodessa Jones
Wes Studi

Direção:
Pete Docter
Kemp Powers

Produção:
Dana Murray

Fotografia:
Matt Aspbury
Ian Megibben

Trilha Sonora:
Trent Reznor
Atticus Ross

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