Duas coisas que “Infestação” e “Sob as Águas do Sena” tem em comum: ambos são produções francesas e são filmes de “terror” (entre aspas) sobre animais onde os humanos conseguem ser mais burros que eles. Aqui saem as aranhas e entram os tubarões.
Depois de uma introdução que já prova o quanto os personagens são idiotas, principalmente a protagonista Sophia (Bérénice Bejo de “A Extraordinária Jornada do Fakir”), um tubarão enorme avança pelas águas do rio Sena em Paris às vésperas de uma competição de natação pré-olímpica e a cientista Sophia se junta a parte da polícia fluvial de Paris para tentar deter o monstro antes de uma catástrofe.
Todos os elementos mais batidos do gênero estão na história: tubarão gigante, idiotas ativistas, evento com muita gente dentro d’água, autoridades que não acreditam nos heróis (os quais tem meio neurônio cada um) e por aí vai.
Mais uma vez, torci a favor dos tubarões. Tanto que há uma cena em que a ativista mais imbecil do grupo é devorada e foi a melhor coisa que acontece no filme.
As cenas de terror deixam a desejar: na maioria das vezes é possível perceber que os tubarões são digitais e em algumas cenas parecem até saídos de um vídeo game. Vez ou outra aparece uma ceninha rápida mais forte, mas ainda assim claramente por CGI.
O experiente diretor Xavier Gens de “Exorcismos e Demônios” leva o espectador para uma cilada muito maior do que ele pensa no terceiro ato, onde acontece algo tão absurdo que é até difícil imaginar a lógica e a física do fenômeno que deve abrir as portas para uma continuação mais absurda ainda.
“Sob as Águas do Sena” nem chega a ser uma diversão descerebrada, pois faz o público passar raiva com situações constrangedoras que nem um tubarão poderia imaginar.
Curiosidades:
- A cena dos nadadores no rio Sena, na verdade foi feita num tanque em Alicante, Espanha e depois inserida via CGI. O problema de se fazer no Sena é que a condição da água era imprópria para o nado, coisa que ficou evidente nas olimpíadas.
- O fato do tubarão fêmea conseguir se reproduzir sem precisar de um macho pode ocorrer de verdade em duas espécies já encontradas na natureza.
- O nome que os cientistas batizam o tubarão fêmea (principal) é Lillith por causa da sua natureza mitológica de demônio feminino.
- O sonar de tubarão usado no filme é uma homenagem ao dispositivo usado em “Aliens – O Resgate” de 1986.
- A cena em que o tubarão nada levando uma corda com vários balões é uma homenagem a uma cena quase idêntica no clássico “Tubarão” (1975) de Steven Spielberg.
Ficha Técnica:
Elenco:
Bérénice Bejo
Nassim Lyes
Léa Léviant
Sandra Parfait
Aksel Ustun
Aurélia Petit
Marvin Dubart
Daouda Keita
Ibrahima Ba
Anne Marivin
Direção:
Xavier Gens
História e Roteiro:
Yannick Dahan
Maud Heywang
Xavier Gens
Yaël Langmann
Olivier Torres
Edouard Duprey
Sebastien Auscher
Produção:
Vincent Roget
Fotografia:
Nicolas Massart
Trilha Sonora:
Alex Cortés
Anthony d’Amario
Edouard Rigaudière