Slender Man: Pesadelo Sem Rosto (“Slender Man”)

Na real, Slender Man é uma lenda urbana que tem sua base no século XVII na Alemanha quando era dito que havia uma entidade que levava as crianças que ficavam sozinhas e desprotegidas (provavelmente inventado pelos pais para seus filhos não se afastarem deles). Daí na década de 90, alguns photoshoppers começaram a fazer montagens com o tal personagem – mais repaginado – sempre perto de crianças, o que levou a alguns incautos a acreditarem que a criatura podia ser responsável pelo desaparecimento de jovens. Isso inspirou a essa péssima produção que não tem pé nem cabeça.

Quatro adolescentes acham a tal lenda na Internet e invocam o tal Slender Man que passa a atormentá-las. Já dei um passo atrás quando se falou em “invadir a mente como um vírus” (vide trailer) porque dá margem (e acontece) para o filme passar a maior parte do tempo em sonhos e ilusões que não agregam em nada, além de não haver nenhum padrão ou esclarecimento sobre como a criatura funciona.

Assim, a regra é não ter regras, o que não só dilui qualquer tipo de interesse do espectador, como também faz com que tudo seja possível e até as reviravoltas perdem a força. O roteiro então vira uma salada de coisas que não acontecem misturado com coisas que a gente nem sabe se acontece de verdade.

Pra piorar a diretora Sylvain White de “Os Perdedores” consegue fazer cenas irritantes. As cenas abusam da câmera lenta – a cena do hospital é insuportável – e tem uma péssima iluminação, provavelmente para “esconder” a face da criatura. Aliás, deve haver algum tipo de racionamento de energia na cidade onde se passa o filme, porque os personagens insistem em entrar em suas casas e vagar pelos cômodos sem acender nenhuma luz. É incrível o esforço que eles fazem para se matar, mostrando um QI de uma lesma (sem querer ofender a lesma).

As poucas cenas interessantes – por exemplo quando sabemos que o Slender Man mexe com tecnologia e fica se filmando entrando na casa das pessoas, ou a engenharia de som que pauta a presença da criatura pelo estalo de mandeira – são repetidas porque provavelmente a criatividade parou por ali. Sem contar aquelas que são feitas para dar medo, mas acabam sendo hilárias, como na cena em que um casal está quase pra transar quando a entidade corta o barato dos dois de uma maneira risível.

Finalmente pasmem: existem duas mortes no trailer que não existem no filme (foram cortadas sabe Deus porque).

Slender Man” é uma enrolação sem fim, sem clímax, sem noção de como se faz um filme de terror e com uma história que nem os próprios roteiristas se interessaram em aprofundar. Fujam para as montanhas.

Curiosidades:

– Os vídeos e fotos das as montagens feitas com o Slender Man foram as montagens verdadeiras feitas por photoshoppers e postados em fóruns sobre o sobrenatural. Inclusive o pai das duas crianças vistas em um dos vídeos entrou com um processo contra a produtora pelo uso indevido das imagens.
– O autor do livro sobre o Paranormal que uma das personagens lê é o nome do diretor de arte do filme.

Ficha Técnica

Elenco:
Joey King
Julia Goldani Telles
Jaz Sinclair
Annalise Basso
Alex Fitzalan
Taylor Richardson
Javier Botet
Jessica Blank
Michael Reilly Burke
Kevin Chapman
Miguel Nascimento

Direção:
Sylvain White

Produção:
Bradley J. Fischer
Robyn Meisinger
William Sherak
Sarah Snow
James Vanderbilt

Fotografia:
Luca Del Puppo

Trilha Sonora:
Brandon Campbell
Ramin Djawadi

Avaliações dos usuários

Não há avaliações ainda. Seja o primeiro a escrever uma.

Avalie o filme

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on telegram