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Logo na abertura já sentimos a diferença: um visual estilizado de quadrinhos em tons negros e vermelhos e os créditos como fazendo parte do ambiente. No início um efeito de câmera que sai de um telefone e se afasta da casinha onde se encontra um assassino até o prédio onde está Jeff Talley (Bruce Willis, de “Duro de Matar“), um experiente negociador de reféns que, após esse caso dar errado, isola-se como xerife numa cidadezinha onde nada acontece.
Um ano depois, em crise com sua família e consigo mesmo, um crime acontece naquela cidade onde três delinqüentes invadem a casa de um figurão e mantém a família como refém. Aparentemente de solução simples, a situação se complica quando se descobre que mais alguém estava interessado em algo dentro daquela mansão. E esse alguém seqüestra a família de Talley para chantageá-lo. Daí o dilema: sacrificar uma família para salvar outra?
Bruce Willis, que também produz o longa e alterna papéis em filmes mais ou menos razoáveis, fez uma ótima escolha para interpretar um homem atormentado, longe dos estereótipos de “Duro de Matar“. O elenco de apoio também é competente com destaque para Kevin Pollack (que repete a parceria com Willis de novo após “Meu Vizinho Mafioso“) como o dono da mansão e Ben Forster (de “X-Men 3“), como um delinqüente mais perigoso do que se imagina.
Talvez o que mais impressione, não só pela originalidade da fotografia e das tomadas, é o fato do filme ser politicamente incorreto ao mostrar sem culpa, crianças morrendo com violência explicita, porém muito bem justificável. Além disso, Talley não é nenhum mocinho convencional e manipula o jogo de tal forma a arriscar de verdade a outra família que está na mansão para salvar a sua. Seria incoerência se não o fizesse…
É claro, o filme contém alguns clichês do gênero, mas eles não prejudicam o todo, como a filha de Talley que não fala com ele, só para dar aquela carga dramática no seqüestro. Por outro lado, o roteiro às vezes dá a impressão de ter sido feito em muitas mãos, pois algumas idéias que claramente tinham um propósito não foram desenvolvidas posteriormente, como as duas caixas iguais onde se encontra o objeto de desejo dos vilões, que deveria ter a função de enganá-los, mas que no final nada acontece (não dá para revelar mais).
É difícil acreditar que o diretor Florent Emilio Siri é teve apenas dois filmes franceses no currículo. Isso porque os filmes franceses têm a fama, no gosto popular, de sempre serem chatos, coisa bastante oposta ao que vemos em Refém. Não chega a revolucionar os filmes de ação, mas está muito à frente da maioria dos enlatados por aí. Nem é um seqüestro, mas prende o expectador até o final.
Nota 7,5
Ficha Técnica
Elenco:
Bruce Willis
Kevin Pollak
Jimmy Bennett
Michelle Horn
Ben Foster
Direção:
Florent Emilio Siri
Produção:
Mark Gordon
Arnold Rifkin
Bruce Willis
Bob Yari
Fotografia:
Giovanni Fiore Coltellacci
Trilha Sonora:
Alexandre Desplat