Os Estranhos: Caçada Noturna (“The Strangers: Prey at Night”)

Continuando a saga que começou há 10 anos atrás, aparentemente não se passou tanto tempo assim, pois o trio de psicopatas mascarados que matam a esmo, cuidando para que haja tortura psicológica suficiente continua a atacar. Dessa vez o alvo é uma família que viaja para um parque de trailers num interior americano.

Essa continuação, dirigida por Johannes Roberts (“Medo Profundo”) é bem melhor conduzida que o primeiro (que inclusive tinha um budget maior), mas tem um roteiro que o prejudica demais. Começa que fica difícil conceber que um parque daqueles esteja completamente vazio; depois ainda falham em explicar a questão dos celulares (tentam, mas não dá pra engolir); pior é que os vilões parecem saber exatamente onde cada membro da família se encontra sem ter nenhum recurso para tal (no antecessor, o ambiente era mais fechado e portanto, fazia mais sentido); e ainda há problemas de continuidade como personagens que aparecem em dois lugares num espaço de tempo muito curto para se moverem; e claro, as decisões dos membros da família parecem vir de um QI bem abaixo da média. Algumas inclusive são quase suicidas.

São elementos que praticamente esmagam a trama, sendo que o espectador só vai absorver melhor se ele se concentrar mais na dinâmica dos eventos que na coerência em si. E é justo aí que o filme tem o mérito: as mortes não são explícitas (deveriam), porém são bem filmadas e pensadas dentro de um conceito artístico interessante, juntando músicas dos anos 80 com um interessante visual que muitas vezes contrasta em cores dos elementos de cena (Exemplos: sangue e água; noite e fogo).

A continuação também responde algumas perguntas deixadas no anterior, mesmo que as respostas não sejam as melhores e provavelmente não devem agradar.

O novo “Os Estranhos” comete todos os erros narrativos do gênero que seriam facilmente evitáveis nas mãos de um roteirista competente, mas a direção tenta focar na tensão e ação que pelo menos produz um último ato eficaz (mas não crível) mesmo que seu último minuto seja tão desnecessário.

Curiosidade:

– No final do primeiro filme a personagem interpretada por Liv Tyler aparentemente viva por um fio. O roteirista disse que ela é morta pelos psicopatas depois. Essa cena inclusive iria ser a abertura da continuação, mas Liv Tyler não quis participar.
– Ambos os filmes dizem ser baseados em fatos reais: o único fato real é que quando o roteirista era criança, na época de Halloween, uma menina batia na porta de várias casas de sua vizinhança perguntando se uma tal de Tamara está (que é o artifício usado no filme). No dia seguinte foi constatado vários arrombamentos em casas vazias e objetos roubados. Ou seja, nada a ver com o filme em si.

Ficha Técnica

Elenco:
Christina Hendricks
Martin Henderson
Bailee Madison
Lewis Pullman
Damian Maffei
Emma Bellomy
Lea Enslin

Direção:
Johannes Roberts

Produção:
Wayne Marc Godfrey
James Harris
Robert Jones
Ryan Kavanaugh
Mark Lane

Fotografia:
Ryan Samul

Trilha Sonora:
Adrian Johnston

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