O Data-Cinecríticas informa: filmes de exorcismo onde o padre é o protagonista geralmente dá em roubada. Russell Crowe já provou isso duas vezes com “O Exorcista do Papa” e “O Exorcismo”; nem o grande Anthony Hopkins escapou do vexame no filme homônimo “O Ritual”; e sobrou até para a fraquíssima continuação “O Exorcista – O Devoto”.
Mas não param de tentar e nesse novo terror são dois padres (e não apenas um), interpretados por Dan Stevens de “Cuco” que parece escolher seus filmes aleatoriamente e, quem diria, Al Pacino, que, pelo menos, pode dizer que fez um papel melhor do que em “Cada Um Tem a Gêmea que Merece”.
Baseado em eventos reais do, segundo o próprio filme, o exorcismo mais documentado da história americana, em 1928, uma jovem possuída foi transferida para a paróquia do padre Steiger (Stevens) já com um exorcista nomeado para o ritual, o padre Theophilus (Pacino falando com sotaque e com os cabelos mais despenteados do que o usual).
Na verdade – como já se sabe de outros filmes – o exorcismo é uma série de rituais e então esses contínuos rituais começam a afetar toda a paróquia com fenômenos paranormais que vão fazer todos questionarem sua fé.
O desconhecido diretor David Midell começa bem tentando com efeitos de câmera criar uma tensão que vai se justificando com a história que não só envolve a jovem e a dupla de padres, mas também as freiras do local.
A partir do segundo ato surgem os dois problemas mais gritantes: primeiro que apesar dos rituais escalarem, como fases no vídeo game, o resultado no final de cada um parece sempre o mesmo, inclusive com reações semelhantes dos personagens. Assim lá, pelo terceiro ritual o espectador começa a se cansar.
Segundo que mais ou menos nesse mesmo ponto, a história se perde: ninguém parece saber direito o que está fazendo, se a menina está piorando ou não, e assim toda a lógica dos eventos vão se perdendo, rumo a um desfecho que, arrisco dizer, nem os próprios protagonistas sabem de onde saiu.
Tanto Pacino quanto Stevens fazem meio que caricaturas de padre, um colocando peso demais e outro leveza demais, com direito a uma historinha do passado totalmente irrelevante. Pelo menos, é dito o que acontece com os personagens reais depois desses eventos antes dos créditos finais.
“O Ritual” não quer enganar ninguém e oferece mais do mesmo na cara dura, deteriorando-se rumo ao final. Nem Deus salva.
Curiosidade: O roteirista Enrico Natale faz uma participação como o médico que examina a jovem possuída lá pelo meio do filme.
Ficha Técnica:
Elenco:
Al Pacino
Dan Stevens
Ashley Greene
Abigail Cowen
Patrick Fabian
Patricia Heaton
Maria Camila Giraldo
Meadow Williams
Courtney Rae Allen
Enrico Natale
Liann Pattison
Ritchie Montgomery
Emily Brinks
Direção:
David Midell
História e Roteiro:
David Midell
Enrico Natale
Produção:
Ross Kagan Marks
Enrico Natale
Andrew Stevens
Mitchell Welch
Fotografia:
Adam Biddle
Trilha Sonora:
Jason Lazarus
Joseph Trapanese