O Outro Nome do Jogo (“Be Cool”, EUA, 2005)

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Os marketeiros venderam “O Outro Nome do Jogo” como a volta de John Travolta e Uma Thurman juntos após o espetacular “Pulp Fiction“. O problema é que esse fato não tem nada a ver com o conceito do filme. É uma comédia, mas que também pertence ao gênero desfile de astros / celebridades, onde identificar quem é quem às vezes se torna mais interessante que o filme em si. Pelo menos, nessa continuação de “O Nome do Jogo“, há alguns personagens mais marcantes que no original.

A começar pelo protagonista, Chilli Palmer (Travolta) que ficou mais seguro de si e com melhores diálogos. Ele se cansa da indústria de cinema e, após ver a apresentação amadora de Linda Moon (a também cantora na vida real Christina Milian) decide se meter na indústria da música, juntando-se a dona de gravadora e recém viúva Edie (Thurman). Mas é óbvio que o sucesso não será tão fácil, já que há uma penca de bandidos que quer ver Chilli morto.

E são justamente os bandidos, infinitamente mais interessantes que no primeiro filme, é onde reside a comédia. A começar pelo agente de Linda Moon, Raji (Vince Vaughn de “Com a bola toda“), um branquelo que tem todos os trejeitos da galera do hip-hop americano, tornado-se hilário. Mas quem rouba todas as cenas em que aparece é (quem diria) Dwayne Johnson de “Agente 86“, o primeiro astro brutamontes que, ao contrário de seus antepassados Stallone e Schwarzenegger, é realmente engraçado.

Também desfilam pela passarela do filme Harvey Keitel (“Pulp Ficction“) como o chefe de Raji; Cedric, The Entertainer como um produtor mafioso, Danny Devito reprisando seu papel no primeiro filme e James Woods como o marido morto de Edie, entre outros. Uma das melhores cenas de participação especial fica por conta do vocalista da banda Aerosmith, Steven Tyler (representando ele mesmo), quando ele diz para Chilli que ele nunca precisou fazer ponta em filmes para aumentar sua popularidade.

Travolta, mesmo sendo um ator limitado, está muito à vontade com a persona de Chili, dotado de um cinismo delicioso. Thurman se despede de personagem duros como A Noiva de “Kill Bill” para um dos papéis mais leves de sua carreira, como a patricinha Edie.

Mas a diferença crucial para o primeiro filme é que “O Outro Nome do Jogo” tem um roteiro mais amarrado que não confunde o espectador como fazia seu antecessor. Apesar de muitos personagens, a cronologia é muito bem explicada.

Além disso, sua trilha sonora é contagiante: passa pelo óbvio R’n’B de Christina Milian para Crying de Aerosmith, Knocking on Heaven’s Door do Guns’n’Roses, Sexy de Black Eyed Peas, a performance hilariante de The Rock em You ain’t woman enough (sim, ele é canta!!!) e finalmente pela maravilhosa brasileiríssma Elis Regina com Roda, em destaque no filme.

O diretor F. Gary Gray (de “Um Golpe de Mestre“) fez um filme que soa como uma música ambiente agradável: não muda a sua vida, mas pelo menos provoca momentos agradáveis durante a estada no cinema. Melhor que esperar consulta de dentista.

[rating:3]


Ficha Técnica

Elenco:
John Travolta
Uma Thurman
Vince Vaughn
Cedric the Entertainer
André Benjamin
Steven Tyler
Christina Milian
Harvey Keitel
The Rock
Danny DeVito
James Woods
James Gandolfini

Direção:
F. Gary Gray

Produção:
Danny DeVito
David Nicksay
Michael Shamberg
Stacey Sher

Fotografia:
Jeffrey Kimball

Trilha Sonora:
John Powell

ELENCO

DIREÇÃO

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