Nessa produção espanhola, Belén Rueda de “Durante a Tormenta” É Laura e vai para a África tentar localizar a irmã Sara desaparecida há 2 anos e que, num novo indício, é possível que ela tenha sido capturada por uma das mais perigosas tribos da violenta República do Congo.
Nas quase duas horas de projeção, o espectador pode conhecer um pouco da realidade paupérrima da África onde, com poucos erros, os realizadores conseguem ter bastante fidelidade, seja em cenários e costumes. Mais ainda, as inúmeras tentativas de Laura de adentrar à perigosa selva, sendo interpeladas por traficantes, tribos rivais e até mesmo autoridades corruptas, mostra a dura realidade ignorada pelo ocidente sobre a situação sociopolítica do continente africano, principalmente em seus países mais perigosos, como o Congo.
Rueda está muito bem e sua desgastante jornada física e psicológica também está muito bem representada, tanto em atuação quanto no figurino e maquiagem.
A direção só peca um pouco por ser previsível e condescendente: o espectador mais atento vai matar o terceiro ato nos primeiros 5 minutos de filme. Além disso, às vezes fica repetitivo a sequência protagonista em perigo para no último minuto algo ou alguém salvá-la. Mas é claro que o diretor Norberto López Amado usa esses e outros artifícios numa medida que não desequilibra a narrativa.
Também há equilíbrio nas cenas de violência que são gráficas na pedida certa, sem serem apelativas, mas que refletem os massacres e absurdos perpetrados contra as tribos.
“O Caderno de Sara” tem impacto e emoção na medida certa, mesmo que às vezes a história fique previsível. Para ver sem medo de errar.
Ficha Técnica:
Elenco:
Belén Rueda
Marian Álvarez
Iván Mendes
Manolo Cardona
Nick Devlin
Florin Opritescu
Alfredo Araoz
Armando Jerez
Djédjé Apali
Malcolm Treviño-Sitté
Bella Agossou
María Luisa Mayo
Ramón Barea
Direção:
Norberto López Amado
Produção:
Álvaro Augustin
Ghislain Barrois
Derrick Kibisi
Edmon Roch
Javier Ugarte
Roteiro:
Jorge Guerricaechevarría
Fotografia:
David Omedes
Trilha Sonora:
Julio de la Rosa