Hellen Mirrem é Rachel (“A Tempestade”) é uma ex-agente da Mossad (Serviço Secreto Israelense), cuja filha está prestes a lançar um livro contando o grande triunfo de Rachel ao capturar um criminoso nazista trinta anos antes. Só que o passado a persegue e uma grande mentira pode vir à tona destruindo sua reputação e abalando a sua vida.
É uma produção muito bem cuidada que não poupou esforços em reconstituição de época e na escolha do elenco, já que a maior parte da ação acontece em 1965 onde Rachel foi interpretada com garra pela nova queridinha de Hollywood Jessica Chastain (“A Árvore da Vida”) e seu time da Mossad formado pelo também preferido dos diretores Sam Worthington (“Fúria de Titãs 2”) como o idealista David e Marton Csokas (“A Casa dos Sonhos”) como o frio e calculista Stephan.
O grande mote, mais do que mostrar a própria história da caça ao tal criminoso nazista – a qual nunca deixa de ser interessante – é também explorar a relação entre os três personagens que pode resultar num dramático triângulo amoroso. O diretor John Madden do fraco “Killshot – Tiro Certo”, começa inspirado com um brilhante plano seqüência de Chastain aparentemente inofensivo que se transforma num cenário brutal. Infelizmente os próximos atos voltam para o velho clichê dos gêneros que se revezam entre duas épocas diferentes.
O engraçado é que com exceção da parca semelhança entre as atrizes Hellen Mirrem e Jessica Chastain, os outros dois atores que interpretam David e Stephen mais velhos – Ciarán Hinds de “John Carter – Entre Dois Mundos” e Tom Wilkinson de “Conspiração Americana” respectivamente – não se parecem em nada com seus duplos Worthington e Csokas.
Tanto o roteiro quanto a direção falham um pouco em criar afinidade do espectador com a causa, visto que primeiramente a própria mentira instituída era um risco muito maior do que o colocado, visto que poderia ser descoberta a qualquer momento, como o foi trinta anos depois. Além disso, o próprio senso de justiça dos protagonistas e suas atitudes, mesmo relativamente plausíveis, não envolvem o público em prol do que defendem.
“No Limite da Mentira” é muito bem feito com ótimas atuações, mas com uma história que perde muito de seu impacto no segundo ato, devido a uma direção inconstante e a falta de um roteiro mais cativante. Ainda assim, vale pela qualidade.
Ficha Técnica
Elenco:
Helen Mirren
Tom Wilkinson
Ciarán Hinds
Jessica Chastain
Marton Csokas
Sam Worthington
Jesper Christensen
Direção:
John Madden
Produção:
Eitan Evan
Eduardo Rossoff
Kris Thykier
Matthew Vaughn
Fotografia:
Ben Davis
Trilha Sonora:
Thomas Newman