Nas Terras Perdidas (“In The Lost Lands”)

Estamos diante de um raro caso de filme que, quanto mais a gente entende, pior ele fica. Aliás, não é só um filme ruim, mas é sem vergonha também, porque foi feito sem o menor respeito à lógica mais básica e à inteligência dos espectadores.

É claro que a gente está falando do casal que trabalha junto, o diretor Paul W.S. Anderson e sua esposa e atriz Milla Jovovich que foram vistos há alguns anos atrás cometendo outra “pérola” (sendo sarcástico) chamada “Monster Hunter”. Parece que eles fizeram um pacto onde Jovovich parece sempre interpretar uma variação de seu personagem Alice de “Resident Evil”.

Mas vamos lá: Aqui ela é a bruxa Gray Alys que vive num mundo apocalíptico meio “Mad Max”, meio dominado por uma igreja. Ela é incumbida pela princesa desse reino com a missão de trazer para ela o poder de se transformar em lobo, que só pode ser adquirido ao se matar uma criatura que vive nas terras perdidas (expressão repetida à exaustão no filme).

Para ajudá-la, ela contrata o mercenário Boyce (Dave Bautista de “Duna” em seu modo filme B) e partem para enfrentar os perigos das tais terras perdidas (repeti só para incomodar o leitor).

A partir daí a história vira um samba do crioulo doido: eles vão a cavalo (dois), mas de repente se encontram a pé, daí viajam por um teleférico e depois os cavalos reaparecem para em seguida ser apenas um cavalo e depois nenhum novamente para reaparecer ao final.

Os vilões vão de trem que de repente some, enquanto eles não conseguem atravessar um abismo, mas magicamente depois aparecem novamente no trem. Há uma subtrama de umas criaturas parecidas com o Vecna de “Stranger Things” que só serve para esticar a história sem agregar em nada. Enquanto isso os poderes da bruxa sempre são convenientes para salvá-los quando precisam.

O plot twist no terceiro ato deveria ser excelente e, dentro da bagunça que se tornou a narrativa, dava para ver lá no fundo a boa idéia. Só que nem os roteiristas entenderam a trama, que é baseada num conto inacabado de George R. R. Martin (sim, o criador de “Game of Thrones”).

De quebra, uma viagem que demorou 6 dias de ida, demora meia hora de volta, sendo que há uma cena em que cinzas viajam para lá novamente (não pergunte o motivo) e o trajeto demora apenas alguns minutos. Porque coerência não é o forte aqui.

A abordagem visual criada pelo diretor junto com o design de produção é uma espécie de cosplay de pobre de “Liga da Justiça” do Snyder.

Nas Terras Perdidas” é um filme B onde tudo é empobrecido, só que nada pior do que uma história pobre. Talvez o que salva o filme de ser um dos piores do ano é que todos as suas falhas são tão absurdas que são capazes de fazer o espectador rir ao invés de passar raiva.

Ficha Técnica:

Elenco:
Milla Jovovich
Dave Bautista
Arly Jover
Amara Okereke
Fraser James
Simon Lööf
Deirdre Mullins
Sebastian Stankiewicz

Direção:
Paul W.S. Anderson

História e Roteiro:
Paul W.S. Anderson
Constantin Werner

Produção:
Paul W.S. Anderson
Dave Bautista
Jeremy Bolt
Milla Jovovich
Robert Kulzer
Jonathan Meisner
Constantin Werner

Fotografia:
Glen MacPherson

Trilha Sonora:
Paul Haslinger

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