Muito Barulho por Nada (“Much Ado About Nothing”)

Todo mundo precisa fazer alguma coisa para relaxar. E sabem o que o diretor Joss Whedon fez para relaxar enquanto estava filmando “Os Vingadores”? Ele fez outro filme! Isso mesmo. No meio da pós-produção, ele tirou algumas semanas de folga e em 12 dias filmou essa releitura da famosa peça de William Shakespeare. Detalhe: na sua própria casa! Com o mínimo de budget, chamando artistas amigos que já trabalhara com ele em outras produções de cinema e TV, Whedon reimaginou a peça trazendo-a para os tempos contemporâneos.

Pra quem não conhece a história: Claudio e Hero, filha de Leonato se apaixonam e vão se casar em uma semana. Don John, irmão maligno de Claudio causa uma intriga que pode arruinar seu casamento. Nesse meio tempo, o solteiro convicto Benedick cruza o caminho da bela e megera Beatrice, e o cupido acaba por ter planos interessantes para os dois.

Filmado em preto e branco, o diretor transpõe o conto que se passa num ducado medieval para os dias de hoje com o detalhe de não mudar nenhuma linha do diálogo original de Shakespeare. Assim, o contexto mesmo que vago, parece ser de agentes do FBI vindo de uma missão para a casa de um amigo de um posto mais alto (no caso, Leonato). Esse casamento entre diálogos arcaicos em tempos atuais começa meio desajeitado, mas logo vai pegando a forma e faz o espectador entender o rumo da narrativa mesmo sem jamais se dar ao trabalho de explicar em que tipo de realidade a história contada do jeito que é poderia acontecer.

Também é uma oportunidade para o público conhecer como era o senso de humor da época de Shakespeare (1582 a 1616) com destaque para Alexis Denisof – que trabalhou com Whedon na série “Buffy: A Caça Vampiros” – impagável no papel do solteiro intragável Benedick e também para a breve, porém cômica participação de Nathan Fillion – outro parceiro do diretor desde a série “Firefly” – como o agente Dogberry numa deliciosa performance que lembra o Inspetor Cluseau após tomar Rivotril.

Muito Barulho Por Nada” conserva uma leveza e bom humor mesmo com os atos de vilania de alguns personagens, num roteiro que leva a sério o experimental e funciona com ótimos improvisos.

Curiosidades:

– A cenografia foi feita pela esposa do diretor Joss Whedon, Kai Cole, que produz o filme junto com ele.
– A festa foi de verdade, onde s convidados foram amigos do diretor e estudantes de cinema. Todos tomaram bebidas alcoólicas, com exceção do elenco.
– Apenas uma palavra foi mudada de toda a peça Shakespeare: Ao invés da frase dita por Benedick “Se eu não a amar, sou um judeu” no original, ele diz “Se eu não a amar, sou um tolo” no filme. Por motivos óbvios.
– O filme consta no Guiness Book (Livro dos Recordes) como aquele em que a edição comentada tem o maior número de pessoas comentando: quase todo o elenco.
– Caso queiram ver um filme tão bom quanto sobre a mesma peça, vejam “Muito Barulho Por Nada” de 1993 dirigido por Kenneth Branagh. Vocês vão se surpreender.

Ficha Técnica

Elenco:
Amy Acker
Alexis Denisof
Nathan Fillion
Clark Gregg
Reed Diamond
Fran Kranz
Jillian Morgese
Sean Maher
Spencer Treat Clark
Riki Lindhome
Ashley Johnson
Emma Bates
Tom Lenk
Nick Kocher
Brian McElhaney

Direção:
Joss Whedon

Produção:
Kai Cole
Joss Whedon

Fotografia:
Jay Hunter

Trilha Sonora:
Joss Whedon

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