Kursk – A Última Missão (“Kursk”)

História real do acidente no submarino Kursk em 2000 quando estavam fazendo exercícios com armas pesadas. Após a explosão de um míssil os poucos sobreviventes lutaram contra o tempo no fundo do mar enquanto o resgate não vinha.

O filme dirigido pelo premiado Thomas Vinterberg de “A Caça” e “Outra Rodada” dividiu a narrativa em 3 núcleos: o principal é dentro do submarino e liderado por Matthias Schoenaerts com quem já trabalhou com “Longe Deste Insensato Mundo”; o segundo é o núcleo das esposas que ficam desesperadas sem informação do governo russo, liderado por Léa Seydoux de “Crimes do Futuro”; e o último é núcleo das negociações entre russos e britânicos, liderado por Colin Firth de “Império da Luz”.

As cenas do submarino e toda a dinâmica da equipe é a mais dramática e a que extrai a maior tensão. Schoenaerts está muito equilibrado como Mikhail, a patente mais alta que sobra no submarino após o acidente, e de longe é a grande estrela, mesmo que a participação de Léa Seydoux seja ótima e ainda conte com o saudoso Max von Sydow de “Star Wars” (esse foi seu penúltimo filme antes de falecer) como o odiável General Petrenko.

Com quase 2 horas de duração, a história vai se montando com cuidado de minar a expectativa do espectador de um lado com a equipe do submarino fazendo o possível para sobreviver e do outro, com o governo russo negando a ajuda britânica e americana diversas vezes, enquanto suas tentativas de resgate fracassam.

O drama não é apelativo, apesar de que o núcleo de Léa Seydoux como esposa de Mikhail foi feito com o único propósito de fazer o papel do alter ego do público indignado e emotivo com a situação. Para quem não conhece a história, o desfecho pode ser uma surpresa de impacto e faz todo o sentido do ponto de vista artístico, além de retratar os fatos.

Kursk – A Última Missão” é um tanto burocrático, mas constrói sua história muito bem, formando um emocionante ciclo narrativo que fazem velhos clichês funcionarem melhor do que se imagina.

Curiosidades:

  • O próprio Comodoro David Russel, personagem interpretado por Colin Firth foi um dos consultores do filme.
  • Vladimir Putin tinha poucos meses ainda de presidência quando o acidente aconteceu.
  • O Almirante Petrenko que decidiu postergar a ajuda, e não Putin, como muitos pensam. Porém era Putin que dava o status das buscas para a mídia e para as esposas. No filme, ambas as atitudes são atribuídas a Petrenko.
  • Putin era um dos personagens do roteiro original, mas foi cortado. Uma teoria era de que a Rússia poderia hackear os computadores da produtora Europa Filmes, tal qual a Coréia do Norte fez com a Sony após o lançamento da comédia “A Entrevista”. Tudo isso, entretanto, é especulação. Apesar disso, na realidade Putin ficou bastante triste com o acidente porque seu pai também fora um marinheiro de submarino.
  • Muitas cenas foram feitas num submarino de verdade, o Redoutable, que tem o design francês e teve que ser “maquiado” para que o design parecesse russo.
  • No embarque no Kursk, passa na TV o clip do show do Metallica feito em Moscou no ano de 1991 e a música na hora é Enter Sandman. Além do diretor ser fã da banda, ele ainda dirigiu um de seus clipes, The Day That Never Comes (2008).
  • Apesar de ser um filme todo passado na Rússia, não há um só ator russo, com a exceção de Artemiy Spiridonov que interpreta o filho de Mikhail.

***SPOILER – SÓ LEIA APÓS ASSISTIR AO FILME***

  • O filme trabalha com a teoria menos aceita: de que os sobreviventes ao acidente ainda permaneceram 3 dias vivos, sendo que o resgate só conseguiu ser feito no quarto dia. A teoria mais aceita é que eles sobreviveram apenas entre 3 a 6 horas após o acidente, pois foi mais ou menos o tempo em que foram escutadas as últimas batidas. Para dramatização, o filme estende as batidas para que se passe a impressão de que ainda havia esperança.
  • A carta que Mikhail deixa para a esposa é real e foi achada depois do submarino ser resgatado.
  • O filme mostra 3 tentativas fracassadas de resgate russo. Na verdade ainda houve mais uma, mas não quiseram mostrar para não comprometer o tempo e serem repetitivos.
  • O Kursk afundou a 100m de profundidade. Apesar de ser 5 vezes abaixo da média de mergulho normal, é apenas a metade do recorde máximo de mergulho livre. Isso significa que seria possível que pelo menos alguns dos remanescentes à explosão pudessem sobreviver se tivessem tentado escapar do submarino e subir para a superfície.
  • No fim do filme mostra a legenda de que 71 crianças ficaram sem pais neste acidente. Mas haviam marinheiros solteiros ou sem filhos e as mortes totalizaram 118.
  • Apesar de ser um grupo menor no filme, os remanescentes à explosão que morreram depois, somaram 23 pessoas.

Ficha Técnica:

Elenco:
Matthias Schoenaerts
Léa Seydoux
Peter Simonischek
August Diehl
Max von Sydow
Colin Firth
Bjarne Henriksen
Magnus Millang
Artemiy Spiridonov
Joel Basman
Pit Bukowski
Matthias Schweighöfer
Tom Hudson

Direção:
Thomas Vinterberg

História e Roteiro:
Robert Rodat

Produção:
Jérôme de Béthune
Fabrice Delville
Christophe Toulemonde
Patrick Vandenbosch
Ariel Zeitoun

Fotografia:
Anthony Dod Mantle

Trilha Sonora:
Alexandre Desplat

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