Kraven – O Caçador (“Kraven the Hunter”)

Finalmente acabou o tal Universo de Vilões do Homem-Aranha da Sony, talvez a empreitada mais fracassada de todo o mundo dos super-heróis. Não era ara ser assim, mas eles conseguiram sabotar todos os filmes, desviando boas histórias para direções ridículas e que pareciam evitar a todo custo um vínculo mais forte com nosso amado cabeça de teia.

Chega até ser irônico que o derradeiro “Kraven – O Caçador” seja talvez o menos pior da série, justamente por ser o mais independente (as referências ao Homem-Aranha são quase nulas – veja em curiosidades) e o mais violento. Ainda assim, o roteiro é tão preguiçoso que joga os eventos na cara do espectador de qualquer jeito.

Aaron Taylor-Johnson de “O Dublê” está excelente como Kraven que quando criança quase morre num ataque de leão e é trazido à vida por uma poção mágica (sem maiores explicações) e passa a caçar bandidos. As coisas se complicam quando seu irmão (Fred Hechinger de “Gladiador II”) é sequestrado pelo vilão Rhino (Alessandro Nivola de “O Quarto ao Lado”) para se vingar de seu pai, que também é um mafioso (Russell Crowe de “O Exorcismo”).

Tudo o que acontece é explicado da forma mais desleixada possível: Rino fala por alto como adquiriu seus “poderes” e ainda há um outro subvilão chamado Estrangeiro (Christopher Abbott de “Pobres Criaturas”), cujos poderes ninguém se deu ao trabalho de esclarecer, sendo que sua relação com Kraven é jogada em menos de 30 segundos.

Ainda tem o final onde surge um novo vilão e a lógica de sua criação chega a ser cômica (no mal sentido), além de Ariana DeBose (“A Casa Mórbida“) que não entra muda, nem sai calada, mas ninguém entende direito qual é a dela.

O que resta são as cenas de ação. Mas é aí que o diretor J.C. Chandor (“Operação Fronteira”) faz a festa e entrega as melhores sequências de todo esse universo da Sony, com efeitos especiais brilhantes, uma violência brutal poucas vezes vista em filmes de super-heróis, além de sempre situar o público no meio da ação que é de todo tipo, com direito a tiros, facadas, lutas corporais e das mais criativas.

“Kraven – O Caçador” só é vencido pelo cansaço dos roteiristas que provavelmente já desacreditaram de tudo depois dos fiascos anteriores, mas sem querer fizeram a contragosto um dos únicos exemplares desse universo da Sony que a gente sai do cinema sem passar raiva.

Curiosidades:

  • Há duas referências sobre o Homem-Aranha no filme
  1. O jornal que os personagens lêem – e que aparece pelo menos 2 vezes – é o Clarim Diário, onde o Peter Parker trabalha.
  2. (Meio Spoiler) Há uma cena em que se descobre que o Kraven tem trauma com aranhas por causa da sua mãe doente, o que faz uma óbvia referência ao fato dele no futuro (que não vai existir pelo menos por enquanto) quere caçar o Homem-Aranha.
  • Russel Crowe é o único ator até agora que já apareceu nos 3 universo de heróis atuais: no MCU em “Thor – Amor e Trovão”, no DCU como o pai do “Superman” e agora no SSU como o pai de Kraven.
  • Não teve maquiagem no Phtoshop para o corpo de Aaron Taylor-Johnson. Foi na base da malhação mesmo.

Ficha Técnica:

Elenco:
Aaron Taylor-Johnson
Ariana DeBose
Fred Hechinger
Alessandro Nivola
Christopher Abbott
Russell Crowe
Yuri Kolokolnikov
Levi Miller
Tom Reed
Billy Barratt
Diaana Babnicova
Murat Seven

Direção:
J.C. Chandor

História e Roteiro:
Richard Wenk
Art Marcum
Matt Holloway

Produção:
Avi Arad
Danielle Halferty
David B. Householter
Jackson Kerr
Matt Tolmach

Fotografia:
Ben Davis

Trilha Sonora:
Evgueni Galperine
Sacha Galperine
Benjamin Wallfisch

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