Independence Day: O Ressurgimento (“Independence Day: Resurgence”)

Sou só eu ou, apesar de uma nave maior, os aliens estavam mais preparados há 20 anos do que agora e que a destruição no primeiro “Independence Day” foi muito maior? Nem precisa chegar no fim do filme para descobrir que o roteiro parece ter sido feito aos trancos e barrancos.

Em suma: depois da batalha de 1996 (como terminou o original), a raça humana se uniu e acabou com as guerras (algo mais impossível do que uma invasão alienígena) e usou a tecnologia extraterrestre para várias aplicações, mas principalmente fabricar transportes e armas de defesa para se proteger de um possível novo ataque. Demorou duas décadas, mas aconteceu.

Pra tentar fazer a história engrenar o roteirista Dean Devlin (do antecessor) e mais outros quatro inventaram que o objetivo dos invasores é perfurar o centro da terra para sugar seu núcleo para abastecer a nave para ela invadir outro planeta para perfurar o centro da terra para sugar seu núcleo para abastecer a nave para ela invadir outro planeta para… Entenderam a falta de nexo? Com tanta tecnologia, é só assim que os vilões conseguem viver?

Os seres humanos então são ainda mais estúpidos: pleiteiam que agora tem a tecnologia extraterrestre, mas praticamente a única vez que a usam, fazem besteira atirando em quem não deve (não é nem um spoiler assim). Essa mancada com o aval da Presidenta dos EUA (não sei porque lembrei da Dilma).

Toda essa “história” vem recheada de ação muitas vezes incompreensível e efeitos especiais irregulares: para cada espetáculo como a cena em que a gravidade causa um desastre numa cidade, há outras de batalha e perseguição onde claramente parecemos estar de frente para um jogo genérico de PS4.

Com sete artistas que retornam a seus personagens após 20 anos (menos Will Smith que pediu um cachê caríssimo), o elenco está uma piada. De mal gosto. Se por um lado Jeff Goldblum (“Mortdecai”) ganha em não se levar a sério como o cientista cool David Levinson e o sumido Bill Pullman (“American Ultra”) pelo menos é consistentemente ridículo como o ex-presidente patriota, o resto faz muito feio com uma Charlotte Gainsbourg (“Ninfomaníaca”) totalmente deslocada e num dos papéis mais desnecessários de sua carreira como uma cientista, e o ator televisivo Jessie T. Usher que parece ter saído do casting de Malhação de tão ruim que é como o filho do personagem de Will Smith. No frigir dos ovos, ele fica apagado durante toda a projeção. Com a responsabilidade de ser o herói / galã do filme Liam Hemsworth (“Jogos Vorazes”) é aquele tipinho estereótipo americano que conta piadinhas quando não deve e até faz xixi numa nave pra provocar os alienígenas (sim, é sério). Detalhe: não há a mínima química entre os personagens. Nem mesmo com aqueles que tem um relacionamento mais próximo.

O diretor Roland Emmerich é uma espécie de Michael Bay do apocalipse e já destruiu o mundo ou os EUA algumas vezes como em “2012”, “O Ataque”, “10.000 A.C.” e no próprio “Independence Day” de 1996.

Aqui ele repete as mesmas fórmulas, comete os mesmos erros e acaba tendo o mesmo resultado, expondo tudo o que estraga as superproduções anabolizadas e engessadas de desastre americanas. E segurem-se que vai ser uma trilogia.

Ficha Técnica

Elenco:
Liam Hemsworth
Jeff Goldblum
Jessie T. Usher
Bill Pullman
Maika Monroe
Sela Ward
William Fichtner
Judd Hirsch
Brent Spiner
Patrick St. Esprit
Vivica A. Fox
Angelababy
Charlotte Gainsbourg
Deobia Oparei
Nicolas Wright
Robert Loggia
John Storey
Joey King

Direção:
Roland Emmerich

Produção:
Dean Devlin
Roland Emmerich
Harald Kloser

Fotografia:
Markus Förderer

Trilha Sonora:
Harald Kloser
Thomas Wanker

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