Hellen Mirren, vista recentemente na franquia “Velozes e Furiosos” está soberana como Golda, Primeira-Ministra de Israel e primeira mulher a ocupar esse posto com mandato de 1969 a 1974 e que ocupou o protagonismo durante a guerra de Yom Kippur em 1973, onde uma coalisão do Egito e da Síria invadiu Israel em diferentes frentes de batalha para tomar parte de suas terras.
A atuação dela rivaliza com a de Gary Oldman quando ele interpretou o Primeiro-Ministro Britânico Winston Churchill em “O Destino de Uma Nação”. Não é à toa que o subtítulo em português de Golda é “A Mulher de Uma Nação”. Só que Oldman foi o vencedor do Oscar de Melhor Ator em seu ano enquanto Mirren sequer foi indicada.
A resposta não é tão óbvia, mas é o típico caso do filme que não está no mesmo patamar que a atuação. Talvez seria vitória certa se “Golda” tivesse a mesma qualidade da atriz que a interpreta.
A abordagem escolhida para este filme foi muito intimista, como se toda a guerra fosse vista pelos olhos da protagonista e mais nada acontecesse que não aquilo ao redor dela. Pegando um tema que é complexo e de difícil conhecimento do público, o roteiro falha em dar um panorama mais geral ou um contexto histórico, esperando que o espectador consiga catar aqui e ali as motivações e como está o front de batalha.
Se por um lado isso fortalece a presença de Mirren como Golda e seus conflitos internos, por outro o desenvolvimento muitas vezes é lento e repetitivo, inclusive com os mesmos cenários e algumas tentativas no mínimo esquisitas de simular como o pensamento da Primeira-Ministra enxerga o que estaria se passando durante a guerra. Até mesmo a relativamente bem sucedida cena de reproduzir a batalha via o som vindo do rádio dos soldados, torna-se maçante depois de um tempo.
Destaque para a coragem de misturar cenas de arquivo reais com o filme, provando que a caracterização dos personagens e a reconstituição da época e dos cenários foi feita meticulosamente. Por exemplo, a sala de reunião onde a ministra e os generais discutem a guerra e a casa de Golda é uma réplica exata de ambos os espaços.
“Golda” peca por não ser abrangente e decide se focar apenas no aspecto psicológico da protagonista durante a guerra. Nessa hora e em todas as horas Helen Mirren brilha, mas não consegue por si só fazer um filme tão complexo decolar do jeito que deveria.
Ficha Técnica:
Elenco:
Helen Mirren
Camille Cottin
Liev Schreiber
Ellie Piercy
Zed Josef
Henry Goodman
Olivia Brody
Emma Davies
Rotem Keinan
Camille Cottin
Jonathan Tafler
Ellie Piercy
Rami Heuberger
Dvir Benedek
Lior Ashkenazi
Direção:
Guy Nattiv
História e Roteiro:
Nicholas Martin
Produção:
Maya Fischer
Gal Greenspan
Jane Hooks
Michael Kuhn
Roi Kurland
Fotografia:
Jasper Wolf
Trilha Sonora:
Dascha Dauenhauer
