Gladiador II (“Gladiator II”)

Ridley Scott não precisa mais provar nada a ninguém, mas a continuação de seu clássico “Gladiador”, era algo que o assombrava desde a avalanche de prêmios que arrebatou em 2000. Mais de duas décadas depois com inúmeros roteiros, ele conseguiu achar uma premissa que, ao seu ponto de vista, valia a pena desenvolver.

O que é certo é que esta é uma continuação que ninguém pediu (dos espectadores), mas que ainda assim tem uma boa história, cujas falhas são compensadas com fartas doses de ação e violência e algumas atuações memoráveis.

Sai Russel Crowe, entra Paul Mescal de “Todos Nós Desconhecidos”, que tem um imenso potencial dramático, mas sem a brutalidade combinada do seu protagonista antecessor, e ele é aquele menininho que apareceu no primeiro e agora já homem, Lucius, que foi exilado por sua mãe (Connie Nielsen, uma das poucas personagens que retornam do original) para se proteger e agora vive sob o nome de Hanno na Numídia.

O filme já começa lançando a premissa de que ele é capturado por Roma numa batalha, a esposa morre, e então ele deseja vingança fazendo do General Acacius (Pedro Pascal de “Riqueza Tóxica” sempre com a mesma cara) seu alvo. Então é comprado pelo senhor de escravos Macrinus (Denzel Washington da franquia “O Protetor”), e então começa suas atividades como gladiador, enquanto uma conspiração está em curso para tirar a coroa dos malignos imperadores Geta e Caracalla, dois cosplays do que Joaquin Phoenix era no filme original.

O roteiro marca pontos, por conseguir que o espectador entenda a principal conexão entre Hanno / Lucius e Maximus em que ninguém precise passar pelo primeiro “Gladiador” novamente e, por mais óbvio que seja, esse desenrolar é bem desenhado e com um bom ritmo. Porém perde alguns pontos por fazer desta continuação quase um “remake mais comercial” do primeiro.

As cenas de batalha nos campos e lutas no coliseu são épicas com violência pouco antes vista e só faltou caprichar um pouquinho mais nos animais de CGI que, em alguns momentos fica perceptível a computação gráfica.

Paul Mescal se esforça e convence o público sobre o carisma e a invencibilidade de seu personagem, Pedro Pascal não parece ter muito o que fazer, mas o faz com honestidade, mas é Denzel Washington que é a grande estrela: desde já faz um de seus melhores vilões desde “Dia de Treinamento” em 2002, com um cinismo e senso de propósito que passa longe do estereótipo dos vilões burocráticos de Hollywood.

Gladiador 2” é aquela continuação comercial, caça-níqueis, meio excêntrico, mistura elementos narrativos que não se conversam muito, mas que tem uma boa premissa, atuação e execução e, inclusive, consegue funcionar como filme solo para novos públicos. Vale muito a pena para os amantes da ação e para os nostálgicos do primeiro filme.

Ah, e adivinha de quem é aquela mão no final?

Ficha Técnica:

Elenco:
Paul Mescal
Pedro Pascal
Denzel Washington
Connie Nielsen
Joseph Quinn
Derek Jacobi
Fred Hechinger
Rory McCann
Matt Lucas
Peter Mensah
Yuval Gonen
Tim McInnerny
Lior Raz
Alec Utgoff
Line Ancel
Alexander Karim
Lee Charles

Direção:
Ridley Scott

História e Roteiro:
Peter Craig
David Scarpa

Produção:
Lucy Fisher
David Franzoni
Michael Pruss
Ridley Scott
Douglas Wick

Fotografia:
John Mathieson

Trilha Sonora:
Harry Gregson-Williams

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