Dois irmãos criminosos buscam ajuda numa cabana isolada após um acidente sem saber os segredos que a família que mora nela esconde.
Não é novidade esse subgênero do suspense quase indo para o terror onde um criminoso se vê numa situação com alguém pior ainda. Talvez o exemplar que mais recentemente ilustra o gênero é “O Homem das Trevas”, mas também a variações como “Passei Por Aqui”.
O que diferencia na questão de qualidade narrativa é o tamanho do segredo e a maneira a qual ele é contado. É aí que a produção marca bem. Ela é dirigida pelo quase desconhecido diretor Matthias Hoene que já fez a obscura comédia “Cockneys vs. Zombies” de 2012 e parece ter amadurecido desde então, pois imprime no ritmo um ritmo e tensão de gente grande, sem pressa, mas ao mesmo tempo sem enrolações, e vai salpicando pequenas reviravoltas que dão o gás necessário para o filme se desenvolver, mesmo que algumas sejam previsíveis.
O casting foi outro acerto: o elenco é desconhecido, mas encabeçado pela sempre ótima Joely Richardson (“O Último Assalto”) que dessa vez assume o protagonismo, mas tem um excelente suporte de seus coadjuvantes, os quais compraram a história e chancelam a trama.
O maior desafio é o desfecho que precisava ser o tom realista, com o público também comprando a idéia e com uma surpresa que não parecesse forçada ou absurda. Mais uma vez o roteiro consegue se desdobrar e firmar uma narrativa condizente. A violência fica na medida certa, tal qual o clima sempre chuvoso e soturno que a cenografia desenha dentro e fora da cabana.
“Frio nos Ossos” é uma ótima opção de suspense e prova que mesmo temas não tão originais conseguem surpreender com uma boa escrita e direção e o elenco certo no lugar certo.
Ficha Técnica:
Elenco:
Joely Richardson
Neil Linpow
Sadie Soverall
Harry Cadby
Roger Ajogbe
Euan Bennet
Direção:
Matthias Hoene
História e Roteiro:
Neil Linpow
Produção:
Leonora Darby
Mark Lane
Fotografia:
Job Reineke
Trilha Sonora:
Christopher Carmichael
