Freaky Tales

Não espere uma história de “Freaky Tales”, mas espere uma espécie de conexões e easter eggs internos que valem até mais que a história. Também esperem uma ótima caricatura dos anos 80 com incontáveis referências, sendo uma homenagem ao próprio cinema.

O filme conta com 4 histórias diferentes que começam mais ou menos na mesma noite e vão expandindo a própria bolha onde se passa.

Na primeira história vemos uma turma de uma casa de shows de rock enfrentarem neonazistas; na segunda, vemos uma dupla de mulheres num duelo de rap; na terceira – aí o negócio começa a esquentar – um ex-mafioso (o daddy Pedro Pascal de “Gladiador II”) perde a esposa e filha e parte para a vingança; e na última um chefão do crime (Ben Mendelsohn de “Sede Assassina”) convoca sua gangue para assaltar casas de jogadores de basquete, mas algo dá muito errado.

A dupla de diretores Anna Boden e Ryan Fleck, do subestimado “Capitã Marvel”, colocou uma aura de magia oitentista que permeia todas as histórias e também dá o tom de absurdo enquanto faz homenagens deliciosas e descaradas a clássicos como “Scanner – Sua Mente Pode Destruir”, “Videodrome – A Síndrome do Vídeo”, ambos de David Cronemberg, até “Kill Bill” de Tarantino.

Mais do que mostrar o cinema, eles também falam sobre numa cena desde já antológica onde um dos maiores atores de Hollywood na atualidade faz uma participação mais que especial para falar de seus 5 filmes favoritos.

Os diretores trazem essa boa abordagem visual, além de fazer um contraste entre cenas trash com muito sangue e tripas e uma certa inocência, principalmente na divisa entre as duas primeiras e duas últimas histórias.

Entretanto, lei é lei: por mais que as histórias se conectem, umas mais e outras menos, a falta de uma essência ou de uma trama mais substancial faz com que o roteiro não saia muito do superficial.

Freaky Tales” é feito de momentos e conexões, mas um conteúdo mais coeso fica em segundo plano, passando uma sensação de que pouco ficou do muito que aconteceu.

Curiosidades:

  • O filme é dedicado a Angus Cloud que morreu pouco depois das filmagens. Ele também foi homenageado em “Abigail” que fez logo depois deste.
  • Jay Ellis (“Top Gun – Maverick”, protagonista da última história teve que aprender 7 tipos diferentes de artes marciais com 6 tipos diferentes de armas. Ele treinava 3 horas por dia, 6 dias por semana por 5 semanas.
  • O cinema onde o filme começa está passando “The Lost Boys – Os Garotos Perdidos” numa sala e  “Creepshow 2 – Show de Horrores” na outra, o que mostra que o filme se passa em 1987.
  • Na cena dos 5 filmes favoritos do dono da locadora, o primeiro ele não fala, mas descreve. Ele está falando de “O Vencedor” de 1979.

Técnica:

Elenco:
Pedro Pascal
Ben Mendelsohn
Jay Ellis
Angus Cloud
Too $hort
Ji-young Yoo
Jack Champion
Michelle Farrah Huang
Keir Gilchrist
Dan Marotte
James Coker
Mike Infante
Normani
Dominique Thorne
Jordan Gomes
DeMario Symba Driver
Natalia Dominguez
Sedrick Cabrera
Tom Hanks
Ryan Pratton
Jay Liu
Armand Munoz
James Asher

Direção:
Anna Boden
Ryan Fleck

História e Roteiro:
Anna Boden
Ryan Fleck

Produção:
Anna Boden
Ryan Fleck
Jelani Johnson

Fotografia:
Jac Fitzgerald

Trilha Sonora:
Raphael Saadiq

Avaliações dos usuários

Não há avaliações ainda. Seja o primeiro a escrever uma.

Avalie o filme

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

quatro × cinco =

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.