Flow

Estamos acostumados com três técnicas de animação predominantes: a computadorizada no estilo Pixar, Disney, Ilumination ou Dreamworks (Ex: “Robô Selvagem”); a de stopmotion como feita pelos Estúdios Aardman (Ex: “A Fuga das Galinhas”), ou a 2D convencional seja em seu mais tradicional estilo ou partindo para o surrealismo dos Estúdios Gimli (Ex: “O Menino e a Garça”).

Começa que “Flow”, apesar de ser feito por computador, tem uma abordagem visual completamente diferente, o que é sensível logo nos primeiros segundos. Mais ainda, é como se o espectador fosse o próprio protagonista – um gato – num mundo que se assemelha muito com aqueles belíssimos feitos em jogos Playstation de última geração.

O que pode dividir opiniões é a história, a qual é bastante contemplativa: acompanhamos um gato nesse mundo alternativo que deve lidar com uma inundação e acaba conhecendo outros animais com os quais deve interagir e talvez até cooperar para sobreviver.

O detalhe é que, ao contrário de animações onde normalmente os bichos falam entre si, em “Flow”, eles são apenas animais mesmo, emitindo seus sons característicos. Isso mesmo, não há diálogos no filme. Aparentemente foi um mundo um dia habitados por humanos que não existem mais (há apenas uma pista do que pode ter acontecido com eles na cena do alto da montanha) e assim os animais tomaram tudo para si.

Além da beleza visual durante toda a jornada, a grande sacada é a dinâmica entre esses animais – tem cachorros, uma capivara, lêmures e até uma garça, entre outros – e como eles vão conseguir se entender.

O desenvolvimento narrativo visual é como estar em um sonho onde animais comuns encontram elementos fantásticos numa viagem silenciosa apenas com uma trilha etérea que deve criar uma conexão profunda com o espectador que se propuser a embarcar.

O time de animação craque conseguiu uma desenhar uma realidade em seus personagens onde as expressões faciais são sutis, mas dizem muito.

Com um desfecho que preconiza a união das diferenças, “Flow” é uma animação diferente, apaixonante, visualmente delirante, mas, como já citado, para quem comprar a idéia. Ah, ainda tem uma cena pós-créditos.

Curiosidades:

  • Todos os sons foram gravados dos animais reais, menos o da capivara, pois os criadores acharam que não encaixaria com o estilo da animação. Então usaram o som de um bebê camelo para a capivara.
  • O filme inteiro foi renderizado com o software livre Blender.
  • O cenário do filme foi inspirado nas florestas da Ilha da Madeira.

Ficha Técnica:

Direção:
Gints Zilbalodis

História e Roteiro:
Gints Zilbalodis
Matiss Kaza
Ron Dyens

ELENCO

DIREÇÃO

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