Duro de Matar: Um Bom Dia para Morrer (“A Good Day to Die Hard”) ***NOS CINEMAS***

Quando a gente fica velho, muitas vezes é necessário uma ajuda. Então os estúdios de Hollywood devem achar que Bruce Willis já está na terceira idade cinematográfica, visto que na franquia onde ele deveria ser a única estrela, justo nesta parte mais recente, Willis é quase um coadjuvante, num roteiro que, fosse em outras épocas, provavelmente ele jamais aceitaria.

O cansado John McLane vai à Rússia ver o que aconteceu com seu filho Jack (Jai Courtney de “Jack Reacher”) que se encontra preso. Ao chegar lá com a confusão armada, ele descobre que Jack é um agente da CIA e deve levar um prisioneiro a encontrar um tal dossiê que todos os bandidos russos estão atrás.

A trama tem peso, mas os roteiristas não se detiveram a encontrar soluções minimamente plausíveis para questões básicas: porque os bandidos não mataram logo o prisioneiro quando tiveram chance? E olha que o cara passou anos na prisão. E que conspiração mal feita é essa que o principal chefe da organização, como se descobre mais tarde, é mais perdido que cego em tiroteio. Como o bandido “Dançarino” (vocês vão entender) não se toca que a conspiração vai muito além de um dossiê, só pode ser devido a algum tipo de retardamento mental. E será que como agente da lei, John Mclane não sabia que seu filho trabalhava na CIA? Por sinal a CIA dessa produção tá bem pobre mesmo, deixando Jack a sua própria sorte.

Mesmo velhinho e claramente sendo poupado do esforço físico nas cenas de ação, é justamente o carisma de Bruce Willis (mesmo com certas piadas repetitivas às vezes) que dá o tempero para um filme de ação que poderia ser genérico com qualquer personagem. Falando em ação, o diretor John Moore (“Max Payne”) até que fez algumas escolhas acertadas, fazendo o possível para não colocar muitos efeitos em CGI, deixando as cenas com tom mais real, como a surreal perseguição nas ruas de Moscou, além de algumas interessantes sequências em câmera lenta que trouxeram um resultado positivo.

Um detalhe de destaque é a trilha de Marco Beltrami (“Não Tenha Medo do Escuro“) que não propositalmente compôs algo com elementos muito próximos às trilhas da série “007“, talvez até pela lembrança da Guerra Fria entre EUA e Rússia, um dos grandes motes do início da carreira de James Bond.

Esse novo “Duro de Matar” cheira como se fosse uma passagem de bastão do velho pai para o jovem filho, numa tentativa caça níqueis e cheia de erros de prolongar uma série que deveria ter parado na terceira parte. No raciocínio de Hollywood, mesmo com uma história capenga, a série parece dura de acabar.

Ficha Técnica

Elenco:
Bruce Willis
Jai Courtney
Sebastian Koch
Mary Elizabeth Winstead
Yuliya Snigir
Radivoje Bukvic
Cole Hauser
Amaury Nolasco

Direção:
John Moore

Produção:
Alex Young

Fotografia:
Jonathan Sela

Trilha Sonora:
Marco Beltrami

ELENCO

DIREÇÃO

Avaliações dos usuários

Não há avaliações ainda. Seja o primeiro a escrever uma.

Avalie o filme

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on telegram