O primeiro “Covil de Ladrões” foi um filme divertidíssimo com ação na medida certa e, mesmo com um desfecho em aberto, nem precisava de continuação. Mas o diretor do original Christian Gudegast decidiu fazer mais um e cá estamos.
Trocando o urbanismo dos EUA pela Europa, vemos que Big Nick (Gerard Butler) ainda está à procura de Donnie (O’Shea Jackson Jr.) e de uma maneira meio canalha, o roteiro faz com que Nick encontre Donnie no meio da preparação de um grande roubo de joias na França junto com um novo grupo.
Nick ganha a confiança de Donnie e do bando para o roubo, só que além de não ser nada fácil, outros vilões também estão atrás dessa bolada.
Como a relação entre os dois protagonistas é muito discutida, principalmente no primeiro ato, não é tão fácil para o espectador que não viu o filme antecessor acompanhar essa continuação, a não ser que descarte os primeiros 20 minutos.
Talvez a maior proeza dessa produção é esconder os artifícios que numa análise detalhada são absurdos, mas são fundamentais para que a trama avance. Acreditem, isso é um elogio, pois no geral o filme agrada no ritmo, no clima, nas atuações e nas cenas de ação sem ser apelativas.
Mas as falhas estão lá, escancaradas, só que muito bem maquiadas. A primeira é justamente a maneira como, depois de todo esse tempo, Nick fica sabendo do paradeiro de Donnie. Foi algo tão besta que contradiz toda a inteligência que Donnie teve no primeiro filme.
As outras vou comentar na parte de spoilers nas curiosidades, mas adianto que uma tem a ver com uma grande pedra preciosa que é um dos motores da trama e outra tem a ver com a perseguição no terceiro ato.
Se tem algo que vai deixar todo mundo feliz é o desfecho, onde o diretor conseguiu agradar a todos, dando um ótimo xeque-mate no xadrez que envolveu os personagens.
“Covil de Ladrões 2”, como a maioria das continuações, fica devendo para o original, mas é um passatempo com adrenalina na dose certa e esconde muito bem seus erros narrativos.
Curiosidades
***SPOILERS – SÓ LEIA SE JÁ ASSISTIU AO FILME***
As outras falhas de roteiro são:
- Donnie vende um conjunto de pedras preciosas por 3.8 milhões de dólares. Dentre elas, está a grande pedra que um chefe da máfia está atrás e, segundo o filme, essa pedra corresponderia a “metade da aposentadoria” do vilão. Mas se o conjunto foi vendido por 3.8 milhões, vamos supor que só essa pedra valesse metade do valor, ela então seria avaliada em 1.9 milhões de dólares. Apesar de ser um valor alto para nós mortais, um grupo criminoso movimenta milhões de dólares por mês, então essa pedra dificilmente seria tão importante assim. Só a operação que esse chefão empreendeu para tentar tê-la de volta com certeza custou mais que isso.
- A segunda falha é a caçada que termina com os bandidos sendo mortos por outros vilões (os da pedra). Porém seria impossível para eles saberem exatamente onde os carros iriam estar, inclusive porque eles também só tinham um carro e não conseguiriam jamais se posicionar a tempo para atacar. Foi apenas uma escrita preguiçosa de roteiro.
Ficha Técnica:
Elenco:
Gerard Butler
O’Shea Jackson Jr.
Evin Ahmad
Salvatore Esposito
Orli Shuka
Cristian Solimeno
Nazmiye Oral
Mark Grosy
Dino Kelly
Fortunato Cerlino
Yasen Zates Atour
Constantin Vidal
Ignacio Herrarez
Michael Bisping
Giuseppe Schillaci
Rico Verhoeven
Velibor Topic
Antonio Bustorff
Direção:
Christian Gudegast
História e Roteiro:
Christian Gudegast
Produção:
Gerard Butler
Mark Canton
Alan Siegel
Tucker Tooley
Fotografia:
Terry Stacey
Trilha Sonora:
Kevin Matley
