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Há pouco tempo atrás, havia comentado como Bruce Willis flerta com o fundo do poço na crítica de “O Príncipe”. Mas nem todo ator tem a sorte dele e acabam literalmente se jogando no fundo e cavando mais um pouco. É o caso do até bacana John Cusack, que inclusive divide a tela com Willis naquela produção e ainda amontoa uma boa contagem de obras pra lá de duvidosas. Mas nenhuma é tão grotesca quanto “Condução Perigosa”.
Nessa produção australiana, ele é Simon, um ladrão que inacreditavelmente entra num banco e o assalta, sabe-se lá como, fugindo no carro de uma escola de motoristas junto com o seu instrutor Peter (Thomas Jane de “Pacto do Passado” que um dia já foi ator). A história é tão mal contada que ninguém entende porque do roubo, como e a que custo. Até porque depois de meia hora de filme, ninguém vai querer saber mais.
O plano de Simon é tão retardado que chega numa hora que seu companheiro por acaso Peter confessa não entender nada do que está fazendo. Se ele não entende, que dirá o espectador. Deve ter havido inclusive uma competição para medir o maior canastrão, pois a atuação de ambos tentando fazer uma comédia de ação beira o amadorismo de tanto exagero. Se eles são assim, imagina os coadjuvantes nativos australianos: parecem simplesmente estar recitando textos sem saber o motivo.
Para coroar a tragédia, ainda há as cenas de perseguição: como é terrível ver sequências entrecortadas de maneira porca tentando esconder que os carros nitidamente não passam de 40 km/h, gerando no público uma mistura de constrangimento com vergonha alheia.
“Condução Perigosa” é mais fundo que o fundo do poço e não merece ser visto nem de graça.
Ficha Técnica
Elenco:
John Cusack
Thomas Jane
Zoe Ventoura
Christopher Morris
Direção:
Brian Trenchard-Smith
Produção:
Pam Collis
Paul O’Kane
Fotografia:
Tony O’Loughlan
Trilha Sonora:
Bryce Jacobs