Conclave

Ótimo suspense que tira leite de pedra, onde Ralph Fiennes de “O Menu” é o Cardeal Lawrence encarregado de gerenciar o Conclave após a morte do Papa.

Para quem não sabe, Conclave é todo o processo da escolha de um novo Papa através de votação dos cardeais que se juntam no Vaticano e ficam isolados, onde só se sai depois de haver uma esmagadora maioria na votação, com o nome do novo sumo pontífice.

Voltando ao filme, enquanto Lawrence questiona sua própria fé, uma série de misteriosos eventos ocorrem durante o Conclave que podem apontar para uma conspiração dentro do próprio Vaticano.

Apesar do excelente roteiro e do elenco estelar, o diretor Edward Berger do sensacional “Nada de Novo no Front” fez algumas apostas técnicas interessantes: primeiro a bela fotografia de Stéphane Fontaine (“Dilemas de Guerra”) retrata o Vaticano quase que como uma seita, em tomadas do alto ou em closes onde vemos diáconos e cardeais movendo-se de maneira uniforme ou como se estivessem constantemente conspirando.

Além disso, a trilha sonora de Volker Bertelmann (“O Corvo”) é perfeita em criar tensão como se a intriga, traição e tragédia estivessem sempre à espreita, com suas entradas abruptas de violinos e violoncelos.

Por mais contemplativas que essas cenas, as quais costumamos chamar de direção de segunda unidade, são fundamentais para estabelecer o clima de apreensão que captura o espectador e o faz gruda na tela, mesmo num filme com quase nada de ação e que se destaca praticamente através de diálogos.

Fiennes é o grande comandante como protagonista, mas o elenco coadjuvante também está afinadíssimo, como Stanley Tucci (“O Silêncio”) como um dos principais candidatos à suma papal.

Baseado no livro homônimo de Robert Harris, “Conclave” faz o tempo passar rápido e imerge o público numa trama complexa e inteligente, com a tensão necessária para uma ótima reviravolta e um desfecho mais que satisfatório.

Curiosidades:

  • Conclave vem do latim “lugar fechado”.
  • Na adaptação do livro, alguns nomes e origens foram trocados sem motivo aparente.
  • O Papa escolhido escolhe o nome de Inocêncio (não é spoiler, pois não estou revelando o personagem). Segundo a história real, seu nome deveria ser Inocêncio XIV, por ser o 14º Papa com esse nome. O anterior a ele foi Papa de 1721 a 1724.
  • As tartarugas são símbolos de sabedoria e transformação em muitas crenças. No desfecho, elas representam um papel especial.
  • Nesse mesmo desfecho, há uma representação do ditado “Quando Deus fecha uma porta, ele abre uma janela”. Tentem interpretar.

Ficha Técnica:

Elenco:
Ralph Fiennes
Jacek Koman
Lucian Msamati
Stanley Tucci
John Lithgow
Bruno Novelli
Thomas Loibl
Brían F. O’Byrne
Isabella Rossellini
Rony Kramer
Sergio Castellitto
Carlos Diehz

Direção:
Edward Berger

História e Roteiro:
Peter Straughan

Produção:
Alice Dawson
Robert Harris
Juliette Howell
Michael Jackman
Tessa Ross

Fotografia:
Stéphane Fontaine

Trilha Sonora:
Volker Bertelmann

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