É um feliz caso de idéia na cabeça a câmera na mão. Filmado com um budget de apenas U$50 mil e contando com uma equipe e elenco totalmente desconhecidos, o filme conta a história de uma noite como qualquer outra, um jantar com amigos na casa de um deles, exceto pelo fato de que um cometa passa ao largo da Terra e começa a alterar a realidade, causando estranhos efeitos.
O roteiro se baseia na teoria quântica de que existem várias dimensões com realidades paralelas a nossa onde há uma espécie de duplicada de cada ser humano em cada uma dessas realidades fazendo coisas diferentes. E nossos heróis se defrontam com esse enigma e procuram entender como sair dessa congruência de dimensões, sendo que há possibilidade de se misturar com os mesmos personagens de outra dimensão.
A jogada ousada do diretor é que o fenômeno não fica claro de cara. Há um momento no segundo ato onde se lê sobre uma notícia assustadora e fica óbvio que o clímax vai residir em algo parecido.
Tão interessante quanto é o esquema de edições: é como se a narrativa fosse enxertada com trechos da história, pausados por um súbito apagão e que segundos depois volta para o ponto seguinte do tempo e espaço.
Melhor é que o elenco não só comprou a briga de conta a história como diálogos surgem deliciosamente improvisados dando um ar ainda mais real e contribuindo para o aumento da tensão e dos conflitos internos dentro do grupo.
Destaque para a trilha minimalista de Kristin Øhrn Dyrud que se limita a um som que aos poucos vai se tornando ameaçador como se prenunciasse uma catástrofe iminente.
Sem nenhum efeito digital, trabalhando apenas com edições “Coherence” é uma ficção científica de peso, com conteúdo e conduções consistentes que ainda termina em aberto para levar o público a pensar. Recomendado!
Ficha Técnica
Elenco:
Emily Baldoni
Maury Sterling
Nicholas Brendon
Lorene Scafaria
Elizabeth Gracen
Hugo Armstrong
Alex Manugian
Lauren Maher
Direção:
James Ward Byrkit
Produção:
Lene Bausager
Fotografia:
Nic Sadler
Trilha Sonora:
Kristin Øhrn Dyrud
