Nunca tanta gente tomou tanta bala em infindáveis tiroteios em um filme. O diretor Gareth Evans, que foi alçado à fama com as duas partes do sensacional e frenético “Operação Invasão”, tenta aqui reproduzir parte dessa “loucura” usando uma boa premissa e toneladas de efeitos em CGI que nem sempre se pagaram.
Tom Hardy de “Venom” é Walker um policial corrupto e decadente que se mete numa briga de gangues para tentar salvar o filho de um político (também corrupto), só que se depara com um misterioso grupo de assassinos dispostos a tudo para obter o poder.
O início do filme já traz uma sequencia de perseguição onde Evans tenta inovar com posicionamentos de câmera e mistura com efeitos especiais e consegue até o ponto onde o espectador consegue perceber aonde começam os efeitos digitais.
Hardy está muito bem, mesmo que seu personagem e os demais pareçam meio estereotipados. Além disso, a boa trama tem vários braços que vão se juntando o que não deixa de ser instigante para o público, não fosse pelo fato de que é tanta ação transloucada que muitas vezes ela fica em segundo plano.
Sobre o excesso de tiros, isso varia entre o absurdo e o engraçado, sem bem que compõe bem a cena como numa HQ, por exemplo. Mas para que alguém precisa de 58 tiros para matar uma pessoa? Seria ela um zumbi ou vampiro?
A previsível batalha final que deve ter envolvido mais de cem milhões de balas digitais onde dezenas de rajadas destroem toda uma cabana, mas não fere nenhum dos nossos heróis quase descamba para a paródia.
Talvez o grande feito do diretor, tenha sido ficar no “quase”: ele se aproxima perigosamente da linha que transforma uma boa história numa caricatura, mas por sorte ou competência, nunca a atravessa, tornando a produção melhor do que se esperaria pelo caminho que ele quase tomou.
“Caos e Destruição” é mais caótica e quase chega a ser destrutiva e se salva por pouco com uma boa história e um bom elenco que por pouco não são ofuscados pelos efeitos digitais e toneladas de balas e sangue.
Curiosidade:
- O personagem de Forest Whitaker (“Respect”) se chama Lawrence como piada interna porque de vez em quando ele é confundido com o ator Lawrence Fishburne.
Técnica:
Elenco:
Tom Hardy
Timothy Olyphant
Forest Whitaker
Jessie Mei Li
Lockhart Ogilvie
Quelin Sepulveda
Justin Cornwell
Jim Caesar
Xelia Mendes-Jones
Richard Harrington
Gordon Alexander
John Cummins
Megan Lockhurst
Direção:
Gareth Evans
História e Roteiro:
Gareth Evans
Produção:
Gareth Evans
Tom Hardy
Aram Tertzakian
Fotografia:
Matt Flannery
Trilha Sonora:
Aria Prayogi