David Lynch deve estar se revirando no sofá. Claramente inspirado em seu “Cidade dos Sonhos”, esse “Caminho Para o Nada” consegue não ser nada do qual o clássico de Lynch foi aclamado.
O filme fala sobre um diretor (o desconhecido e canastrão ao extremo Tygh Runyan) que quer rodar um filme baseado numa história real de uma mulher que se envolve numa conspiração de drogas e assassinato numa pequena cidade. Então ele acha sua protagonista, a desconhecida Laurel (Shannyn Sossamon de “Uma Chamada Perdida”) e ao decorrer do filme os dois se envolvem. Junto com as filmagens, a história real com os mesmos personagens se desenrola na tela numa mistura de realidade e ficção.
O grande problema é que a história em si é paupérrima: a tal conspiração carece de sentido de forma que o espectador não consegue ter afinidade dos personagens, uma vez que não conhece suas motivações. O elenco parece formado só pelos reprovados nas escolas de atuação e para que o filme dure eternas duas horas, o diretor (o de verdade, mas parece mentira) encheu a projeção de cenas contemplativas, onde um ato de cinco minutos duram meia hora e algumas cenas de filmes antigos que, apesar de serem emblemáticas para o que o roteiro propõe, são simplesmente chatas demais.
A única sequencia realmente interessante é o desfecho que mostra uma elaborada ligação com o início, mas que é pouco tempo para compensar a perda dos outros quase 120 minutos. Nunca um filme teve em seu título a própria descrição do que é: um caminho para o nada.
Ficha Técnica
Elenco:
Tygh Runyan
Dominique Swain
Shannyn Sossamon
John Diehl
Cliff De Young
Waylon Payne
Rob Kolar
Nic Paul
Fabio Testi
Fabio Tricamo
Moxie
Peter Bart
Mallory Culbert
Direção:
Monte Hellman
Produção:
Steven Gaydos
Melissa Hellman
Monte Hellman
Fotografia:
Josep M. Civit
Trilha Sonora:
Tom Russell