Esse terror espanhol começa muito bem com uma jovem que busca a namorada do melhor amigo e a rastreia até uma antiga casa. Ao entrar ela descobre o terror, pois os dois velhos que moram na casa conduzem experiências de tortura, principalmente envolvendo uma espécie de nitro glicerina líquida que eles passam na pele das vítimas e explode caso elas façam movimentos bruscos.
Infelizmente depois de meia hora, o roteiro joga na cara do espectador os piores impropérios narrativos que fazem as melhores qualidades da trama se esvaírem. Primeiro que a casa se transforma num labirinto que a cenografia não consegue explicar, visto que em pouco tempo o público facilmente mapeia o lugar e se torna inadmissível que os personagens se percam por lá. Pior são as decisões tomadas pela dupla de amigos que vão totalmente contra a coerência de uma mente sensata. E finalmente, os vilões sexagenários parecem não serem páreos nem para uma criança e nossos heróis simplesmente não se tocam disso. Tanto que a cena de uma, digamos, perseguição no último ato, chega a ser hilária pela lentidão de como acontece.
Dito isso, o filme até que tem algumas cenas de suspense que funcionam muito bem e até conseguem gerar uma boa dose de tensão na platéia. Mas os realizadores talvez não estivessem preocupados em gerar tensão, mas sim tesão, pois contrataram a modelo capa da Playboy argentina Camila Velasco para o papel da namorada do amigo e protagoniza uma cena que seria bem tensa, não fosse o fato de que ela aparece com uma nudez frontal que deve fazer os cinéfilos masculinos esquecerem que estão num filme de terror.
“Calafrios” é assim uma obra totalmente dispensável que deve entrar somente na lista dos fãs do gênero. E mesmo assim pela porta dos fundos.
Ficha Técnica
Elenco:
Facundo Espinosa
Marina Glezer
Camila Velasco
Omar Musa
Omar Gioiosa
Noelia Vergini
Daniel de la Vega
Victoria Witemburg
Rolf García
Diego Cremonesi
Direção:
Adrián García Bogliano
Produção:
Andrea Quiroz
Fotografia:
Ernesto Herrera
Trilha Sonora:
Facundo Espinosa
Andres Martinesi
Fernando Monteleone