Branca de Neve (“Snow White”)

Talvez esta seja uma das piores (para não dizer a pior) adaptação de um desenho da Disney em live action para o cinema. Curiosamente, mesmo antes de seu lançamento, o filme enfrentou uma onda de ‘hate’ por determinados aspectos. Mal esses ‘haters’ poderiam saber que o filme é muito pior do que eles sequer imaginaram. Porque está tudo errado.

Por uma infinidade de razões, o casting de Rachel Zegler (“Jogos Vorazes”) e Gal Gadot (“Agente Stone”) foi totalmente equivocado: ambas não têm química nenhuma juntas, fora que fisicamente parece haver um descompasso enorme.

Apesar de uma bonita voz e um talento ok, Zegler parece desconfortável como Branca de Neve (e nem vou entrar no mérito da fidelidade da adaptação porque simplesmente mudaram até o motivo do nome dela que só é o título do filme), enquanto Gadot parece que está apenas brincando de atuar e cantar.

Só que a seleção do resto do elenco coadjuvante é tão ruim quanto, como se tivesse formado um exército de ex-participantes de “Malhação”.

Os anões foram outro tema controverso por conta da Disney querer agradar a cultura woke e que acabou desmerecendo a atuação de atores com nanismo por causa de uma declaração infeliz do próprio ator com nanismo Peter Dinklage.

O resultado foi que tiveram que substituir a cena várias vezes até chegar em anões todos feitos em CGI, que não só escancara a artificialidade e destrói o termo “adaptação em live action”, como também faz ficar claro que o filme recebeu várias truncagens e refilmagens, picotando uma edição já mal feita para tentar caber esses novos anões digitais.

Nessa mesma toada de um péssimo ritmo, passamos à história em si, dirigida por Marc Webb de “Um Laço de Amor”, com um roteiro aparentemente feito de peças de montagem, onde os atos não se conversam entre si, como se pessoas diferentes, estivessem escrevendo as partes diferentes do roteiro sem se comunicarem umas com as outras. Há uma cena em que, DO NADA, um personagem diz “Vamos dançar” e todo o clima do momento dá uma guinada absurda.

Se a história da Branca de Neve, já era conhecida, agora torna-se chata, previsível, em determinados momentos, intragável. As canções têm letras genéricas e poucas se salvam, e ainda só tem um pingo de qualidade quando Zegler canta. De resto é quase uma vergonha alheia.

O figurino é uma tristeza: parece um cosplay de pobre em festa de fantasia fora de época. Um dos únicos aspectos em que quiseram copiar fielmente o desenho animado, o tiro sai pela culatra.

O desfecho é patético e é surpreendente uma produção desse nível não ter ido direto para o streaming.

Branca de Neve” é uma picaretagem que empobrece todo o legado do clássico dos irmãos Grimm e tudo o que construíra até então desde o lançamento do original desenho animado de 1937.

Curiosidades:

  • Branca de Neve tem origens antigas, mas a versão mais famosa foi registrada pelos irmãos Grimm em 1812 na primeira edição de Contos da Infância e do Lar (Kinder- und Hausmärchen).
  • Branca de Neve e os Sete Anões (Snow White and the Seven Dwarfs) foi lançado em 21 de dezembro de 1937 nos Estados Unidos. Foi o primeiro longa-metragem de animação da Disney e um marco no cinema.
  • A idéia de chamar Rachel Zegler para protagonizar foi de Steven Spielberg.

Ficha Técnica:

Elenco:
Rachel Zegler
Gal Gadot
Emilia Faucher
Andrew Burnap
Andrew Barth Feldman
Tituss Burgess
Martin Klebba
Jason Kravits
George Salazar
Jeremy Swift
Andy Grotelueschen
Ansu Kabia
Patrick Page
George Appleby
Colin Michael Carmichael
Samuel Baxter
Jimmy Johnston
Dujonna Gift
Idriss Kargbo

Direção:
Marc Webb

História e Roteiro:
Erin Cressida Wilson

Produção:
Jared LeBoff
Marc Platt

Fotografia:
Mandy Walker

Trilha Sonora:
Jeff Morrow

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