Ou você morre como herói ou vive o suficiente para ser o vilão. Sylvester Stallone, já há alguns anos em ritmo de aposentadoria partiu para filmes cada vez mais duvidosos, lembrando que o mais recente, “Os Mercenários 4” é praticamente uma versão trash do primeiro filme da franquia.
Mas se Stallone é o vilão, o que dizer de um filme que tem o apagadíssimo Jason Patrick (“Keyhole”) como herói. Sim, é uma produção B com cara de Z que estreou nos cinemas brasileiros. Vou contar o segredo dessa estréia: a produtora quer inflar o Stallone no Brasil, pois seu próximo filme, o também trash de ação “Código Alarum” tem em seu elenco a brasileira famosíssima Isis Valverde e vai estrear dia 27 de março, então isso acaba dando corpo ao próximo filme que deve contar com uma promoção mais agressiva da atriz.
Voltando ao filme, Jason Patrick é James, motorista de um carro forte que divide a condução com seu filho (como a empresa deixa, eu não sei), até que são encurralados numa ponte por um bando de ladrões de carros-fortes, liderado por Rook, personagem de Stallone. Então eles vão precisar de atitude e sorte para escapar com vida.
Sorte eles têm demais, porque Stallone conseguiu reunir o PIOR bando de vilões do planeta. Nunca um grupo de pessoas foi tão imbecil a ponto de executar um plano aparentemente simples.
Outra sorte que pai e filho têm, está na direção do desconhecido Justin Routt que consegue cenas absurdas como por exemplo, eles estarem totalmente cercados e tomando rajadas de balas e praticamente nenhuma acertar neles. Isso acontece pelo menos duas ou três vezes durante o filme.
A falta de coerência também ajuda: no início nossos heróis são metralhados (mas não pega nada) para depois inexplicavelmente serem poupados. Chega na loucura de um personagem falar “Eu não mato ninguém. Não é meu perfil” alguns segundos depois de ter matado alguém e alguns segundos antes de matar mais alguém.
Os efeitos especiais são tão vergonhosos que há uma cena em que um carro afunda e fica na cara que os personagens não estão submersos, mas apenas há um “filtro” que se parece com água.
Há uma história por trás desse roubo e não é ruim, mas é rápida e superficialmente contada, com muito mal gosto.
“Blindado” é o pior o que os anos 90 poderiam produzir em VHS, só que num cinema em pleno 2025. Vai entender…
Curiosidades:
- Essa é a segunda vez que Stallone é um vilão. A primeira foi em “Pequenos Espiões 3”
***SPOILER – SÓ LEIA APÓS ASSISTIR AO FILME***
- A história que é contada mal e porcamente é que um grande mafioso iria sair da prisão e para retornar ao seu “posto”, ele teria que pagar o tráfico com o ouro que estava no carro-forte. Só que esse mafioso matou o pai do personagem de Stallone, então sua missão não é necessariamente roubar o carro-forte, mas não deixar ele chegue no destino. Ou seja, o destino do carro forte, sem que nossos heróis motoristas soubessem, é onde seria a receptação do ouro pelo mafioso. Toda essa operação foi orquestrada pelo FBI. Por isso que para chamar o Stallone de vilão, é bom colocar umas aspas aí.
Ficha Técnica:
Elenco:
Jason Patric
Sylvester Stallone
Josh Wiggins
Dash Mihok
Blake Shields
Josh Whites
Jeff Chase
Martin Bats Bradford
Erin Ownbey
Direção:
Justin Routt
História e Roteiro:
Cory Todd Hughes
Adrian Speckert
Produção:
Joel Cohen
Randall Emmett
Gwen Osborne
Fotografia:
Cale Finot
Trilha Sonora:
Yagmur Kaplan
