Annabelle 3: De Volta Para Casa (“Annabelle Comes Home”)

A saga “Invocação do Mal” está para o terror como “Velozes e Furiosos” está para a ação: começou com conteúdo relevante e muito bem feito, e depois vem virando um cine pipoca com bons sustos. O que não é necessariamente ruim, tampouco uma maravilha.

Annabelle 3” é uma espécie de “Invocação do Mal 2.5”, visto que aqui se encontram praticamente todos os personagens heróis, tal qual alguns vilões, o que lembra, salvo as devidas proporções, “Capitão América: Guerra Civil” que também funcionou como um “Vingadores 2,5”.

O filme começa exatamente onde o primeiro “Annabelle” parou, quando os Warren levam a boneca do mal pra casa. Um ano se passa – e daí passaram os eventos do primeiro “Invocação do Mal” – e os Warren contratam a babá Mary Ellen (Madison Iseman de “Jumanji: Bem Vindo à Selva”) para cuidar da sua filha Judy (a atriz mirim Mckenna Grace de “Eu, Tonya”).

Então chega a amiga Daniela (a novata Katie Sarife) que inadvertidamente entra na sala das relíquias assombradas, faz o favor de libertar Annabelle, toca em todas as relíquias e daí a casa vira um pandemônio de espíritos, como uma espécie de “Jumanji” do terror (o clássico com Robin Williams).

Dirigido por Gary Dauberman, até então um dos produtores da saga, ele faz direitinho a receita de bolo de sustos, além de pegar um roteiro que praticamente faz referências a vários casos dos Warren que provavelmente devem virar filme mais pra frente. Na verdade, apesar de se atribuir a Annabelle todo o inferno na casa, ela funciona mais como uma coadjuvante e tão relevante quanto os demais espíritos que povoam a narrativa (o barqueiro, o lobisomem, a noiva, o brinquedo maldito etc).

Há um certo toque de humor que vai dividir opiniões: cai bem e não prejudica a essência. Por outro lado, isso deixa uma sensação de despreocupação com as nossas heroínas, como se fossem imbatíveis. Essa impressão é potencializada pelo fato dos ótimos sustos dificilmente se materializarem em uma ameaça real, como se os espíritos estivessem apenas brincando com os personagens de carne e osso.

O saldo é positivo, tanto quanto um filme comercial e sem a profundidade devida seria, com ótimos sustos, elenco que dá conta e uma promessa de bons filmes a seguir. Se foram desse mesmo naipe, já dá pra ir ao cinema.

Curiosidades:

– O acidente que os Warren presenciam no início do filme é aquele mostrado em “A Maldição da Chorona”.
– Há uma cena em que a TV está ligada e rapidamente é visto uma cópia da versão real de Annabelle, feita de pano.
– O lobisomem foi um caso real dos Warren e é tido por eles como um dos mais difíceis de se resolver.
– Mckenna Grace se tornou a mais jovem produtora de Hollywood: com apenas 12 anos, logo após as filmagens de “Annabelle 3”, começou a produzir uma comédia de humor negro chamada “Rabbit Cake” (ainda sem título em português).

Ficha Técnica

Elenco:
Vera Farmiga
Patrick Wilson
Mckenna Grace
Madison Iseman
Katie Sarife
Michael Cimino
Samara Lee
Steve Coulter
Luca Luhan

Direção:
Gary Dauberman

Produção:
Peter Safran
James Wan

Fotografia:
Michael Burgess

Trilha Sonora:
Joseph Bishara

Avaliações dos usuários

Não há avaliações ainda. Seja o primeiro a escrever uma.

Avalie o filme

Share on whatsapp
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on email
Share on telegram