Além dos Holofotes (“Hurry Up Tomorrow”)

Pelo amor de Deus, alguém fala para o The Weeknd parar de tentar emplacar como ator ou roteirista. O cantor, cujo nome de batismo e para o cinema é Abel Tesfaye, protagonizou uma das piores séries dos últimos anos, “The Idol”, e agora escreve e estrela um dos piores filmes do ano.

Ele é – pasmem – ele mesmo, o próprio The Weeknd, que está – pasmem – sofrendo uma crise existencial depois de ter perdido “um tal” amor da vida dele, além de estar com problemas com sua voz. Até que num show ele conhece a maluquinha Anima (Jenna Ortega de “Os Fantasmas Ainda se Divertem”), que vira sua vida de ponta a cabeça numa realidade onde a verdade e o sonho colidem.

Se você achou a última parte da sentença anterior, algo que aparenta disfarçar uma narrativa inexplicável, acertou em cheio. Chega a ser inacreditável que o diretor Trey Edward Shults do sensacional “As Ondas” embarcou numa roubada dessas onde ele tenta no início ofuscar a malfadada premissa de depressão fake com estilismos audiovisuais que chegam a dar dor de cabeça, até que, como uma pancada na cabeça, o espectador pensa que o filme vai melhorar, mas cai num buraco profundo justamente quando o tal surrealismo entra em cena.

O segundo ato é uma enorme perda de tempo, que só serve para promover seus hits, como Blinding Lights ou suas músicas mais obscuras. Os apreciadores da boa música sabem que a cada 10, ele emplaca uma canção.

A cada virada de ato é uma vaga esperança de melhora, só para o público passar raiva novamente, até que o clímax é uma das cenas mais ridículas, onde ele canta “a capella” só para depois um imenso nada acontecer. Dá até para lembrar o péssimo arco de história de “Coringa 2” onde o final parece que nunca começou.

Se Tesfaye é ruim de escrita, sua atuação nem se fala: não passaria nem no casting de “Malhação”. Jenna Ortega apenas entrega o que pediram, o que é ruim, e Barry Keoghan (“Bird”) é o que passa menos vergonha como o empresário do cantor.

Além dos Holofotes” falha miseravelmente. O pior é que a produção é tão ruim, que nem dá para saber o que ela pretendia. Mas ainda assim, a gente sabe que falhou feio.

Curiosidades:

  • O filme é dedicado ao produtor Kevin Turen que faleceu 1 ano e meio antes do lançamento do filme. Sim, o filme foi feito há cerca de 2 anos, mas ficou parado por falta de um estúdio interessado, até que a Lionsgate comprou.
  • Quando Anima diz “0216” quando pega o celular de Abel é que essa é a real data de aniversário dele e também a senha de seu celular.
  • Lee, personagem interpretado por Barry Keoghan é baseado no real empresário de The Weeknd, Amir. Eles são amigos desde a adolescência. Amir faz uma aparição na cena do DJ.
  • O filme é baseado em parte num show onde o cantor realmente perdeu a sua voz em 2022. Mas ao contrário do filme, ele se desculpou com a platéia, devolveu o dinheiro e marcou outro show com todos novamente.
  • O marketing brasileiro deixou o título do filme em inglês por causa que é o mesmo título do álbum mais recente de The Weeknd. O detalhe é que o filme foi feito bem antes do álbum.

Técnica:

Elenco:
The Weeknd (Abel Tesfaye)
Jenna Ortega
Barry Keoghan
Riley Keough

Direção:
Trey Edward Shults

História e Roteiro:
Reza Fahim
Trey Edward Shults
The Weeknd

Produção:
Reza Fahim
Harrison Kreiss
The Weeknd
Kevin Turen

Fotografia:
Chayse Irvin

Trilha Sonora:
Daniel Lopatin
The Weeknd

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