Se Eli Roth é discípulo de Quentin Tarantino (um dirigiu o outro em “Bastardos Inglórios”), o diretor chileno Nicolás López pode ser descrito como descendente de Roth.
Este último é um dos autores, produtores e atores desde terror B (de Bem feito) de López sobre uma série de terremotos que acomete a cidade de Valparaiso no Chile no meio de uma festa. A história foca nesse grupo de amigos que tenta sair com vida quando, além da fúria da mãe natureza, descobrem que condenados perigosos fugiram de um presídio nas proximidades e querem matar todo mundo.
Mesmo com um budget pequeno – o que dá pra ver nos efeitos especiais – a produção tem uma harmonia entre se levar a sério, colocando os personagens em situações onde o espectador teme por suas vidas, e as pitadas de trash gore que chegam a ser cômicas quando, por exemplo, alguém perde a mão ou na hilária cena de “atropelamento facial”.
O diretor trabalha bem a dinâmica dos personagens, porém demora um pouco para que comece a ação o que deve cansar o público na primeira meia hora. Sem se preocupar muito com aspectos de continuidade ou muita técnica, seu tema mesmo foi confrontar a mãe natureza com a natureza humana como o próprio marketing do filme nos coloca. Um ponto positivo é que a história não perdoa ninguém e executa personagens que, segundo os clichês de Hollywood, deveriam viver, o que representa uma grata surpresa até para os mais escolados.
Uma pena que o elenco é muito ruim, não entendendo seu papel nem antes do desastre, nem depois. Eli Roth, por sinal, provou ser um canastrão de mão cheia.
Com um desfecho típico dos bons exemplares do gênero, “Aftershock” deve agradar aos fãs mais fáceis de terror mesmo tempo alguns ótimos momentos que o tornam um pouquinho acima do convencional.
Ficha Técnica
Elenco:
Eli Roth
Andrea Osvárt
Ariel Levy
Natasha Yarovenko
Nicolás Martínez
Lorenza Izzo
Marcial Tagle
Ramón Llao
Ignacia Allamand
Direção:
Nicolás López
Produção:
Miguel Asensio
Brian Oliver
Eli Roth
Fotografia:
Antonio Quercia
Trilha Sonora:
Manuel Riveiro
