A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell (“Ghost in the Shell”)

Baseado no anime e mangá homônimo que por sua vez tem seu conceito baseado num livro de 1967 escrito por Arthur Koestler chamado “O Fantasma da Máquina”, a americanizada produção traz Scarlett Johansson numa mistura de Lucy com Viúva Negra e uma ótima premissa que parece se desenvolver até a metade.

Ela é Major, uma espécie de ciborgue com cérebro humano (lembra o conceito de replicante de “Blade Runner”) que faz parte de um esquadrão antiterrorismo. Quando estão atrás de um perigoso assassino, ela não só passa a ter lembranças de seu passado humano, como começa a descobrir que talvez sua vida seja uma mentira.

O diretor Rupert Sanders que ficou conhecido por “Branca de Neve e o Caçador” e por pegar a Kristen Stewart no meio do caminho (ele casado; ela namorando o vampiro Edward na época), conseguiu conceber uma cidade delirante onde a tecnologia chegou num nível extremo, mas extrapolou provocando uma poluição visual que se traduz numa obsessão pela beleza, fazendo com que o povo procure cada vez mais implantes sintéticos para se tornar “melhor”, mesmo que isso vá contra seus próprios objetivos estéticos ou funcionais. Assim, o design visual e os efeitos especiais talvez sejam a melhor coisa do filme, por mais que a ação tome uma parte importante e seja bem conduzida.

O roteiro introduz o conceito de fantasma (alma) e máquina (corpo) explorando até parte do segundo ato o que desejos e lembranças constroem como a personalidade, seja humana ou robótica. Infelizmente ele não consegue seguir em frente e de uma hora pra outra se torna uma mera trama de bandido e mocinho banalizado por clichês risíveis como aquele do vilão bilionário, mas que de repente se vê sozinho quando parece conveniente à narrativa. E cada vez que o filme avança a linha de raciocínio vai ficando mais simplório até chegar num anticlímax que o diretor tenta tornar épico com soluções de prateleira que não funcionam.

A Vigilante do Amanhã” tem um visual fantástico, uma premissa que prometia, mas que se cumpriu até a metade, e um ritmo irregular que reveza entre ótimas cenas de ação, contemplações filosóficas vazias e os clichês de sempre. E se alguém me disser como ela pula do prédio e já aparece atravessando a janela, agradeço. Só se ela se fantasiou de Viúva Negra e pegou emprestada a teia do Homem-Aranha.

Ficha Técnica

Elenco:
Scarlett Johansson
Pilou Asbæk
Takeshi Kitano
Juliette Binoche
Michael Pitt
Chin Han
Danusia Samal
Lasarus Ratuere
Yutaka Izumihara
Tawanda Manyimo
Peter Ferdinando
Anamaria Marinca

Direção:
Rupert Sanders

Produção:
Avi Arad
Michael Costigan
Steven Paul

Fotografia:
Jess Hall

Trilha Sonora:
Lorne Balfe
Clint Mansell

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