O que “Thunderbolts” e “A Mulher no Jardim” tem em comum?
Se conseguir responder a essa pergunta, você entendeu o filme.
Danielle Deadwyler de “Eu Vi o Brilho da TV” é Ramona, uma mulher que perdeu seu marido num acidente recente e ficou com seus dois filhos morando em sua chácara isolada. Numa manhã ensolarada, a família acorda e vê uma mulher de preto cobrindo o rosto sentada calmamente num banco na frente da casa.
Ao tentar descobrir quem é, percebem que a mulher é uma entidade sobrenatural e agora Ramona e os filhos se encontram sem ninguém para ajudar e precisam escapar da entidade e também descobrir qual o mistério por trás dela.
Dirigido pelo cineasta Jaume Collet-Serra, que da última vez que se aventurou no terror entregou o fraquinho “Águas Rasas”, aqui ele meio que repete a essência de confinar os personagens num lugar sem fuga em torno de uma entidade desconhecida, mas acrescenta o tal mistério a ser decifrado que obviamente vai levar à própria protagonista.
Spoilers a parte, o ritmo começa construindo bem a dinâmica dos personagens, depois passa a uma boa escalada de tensão, mas é no último ato que ele aperta o botão do vale-tudo para tentar de um só golpe, resolver o mistério e acaba confundindo mais ainda o espectador, mas não a ponto de enganá-lo.
É aí que ele se embanana todo, como acontece em grande parte dos filmes de terror: quando se entende o que está acontecendo, percebe-se que grande parte da história foi desnecessária ou inútil, apenas mesmo para dar sustinhos, salvando-se mais aquelas cenas de terror psicológico que não deixa de ser a essência do roteiro.
“A Mulher no Jardim” resolve certo o mistério errado e mete os pés pelas mãos na reta final. Mais do mesmo que tenta ser diferente.
Curiosidades:
- Na cena em que Ramona e o marido saem do restaurante, pode-se ver no reflexo da janela do carro um cinema com o filme “O Espelho Tem Duas Faces”, que é exatamente a essência do último ato.
***SPOILERS – SÓ LEIA SE JÁ ASSISTIU AO FILME***
- O que “Thunderbolts” e “A Mulher no Jardim” tem em comum?
- Ambos tratam de distúrbios psicossociais como ansiedade e depressão. Em ambos o vilão é realmente o lado negro do próprio personagem. Em ambos a batalha final é na própria mente do personagem. A diferença é que em Thuderbolts o bem vence.
- O mesmo ‘R’ que a filha de Ramona escreve “refletido” é o ‘R’ que aparece no quadro, na última cena.
Ficha Técnica:
Elenco:
Danielle Deadwyler
Okwui Okpokwasili
Peyton Jackson
Estella Kahiha
Russell Hornsby
Direção:
Jaume Collet-Serra
História e Roteiro:
Sam Stefanak
Produção:
Stephanie Allain
Jason Blum
Fotografia:
Pawel Pogorzelski
Trilha Sonora:
Lorne Balfe