Enquanto o primeiro filme não sabia se seguia os passos de um terror ou descambava para a comédia, dando um resultado satisfatório, mas com um leve sentimento de desordem em sua coerência, sua continuação – bem melhor – sabe muito bem onde quer chegar e se posiciona numa ação muito bem humorada que mistura conceitos dos clássicos “Feitiço do Tempo” e “De Volta Para o Futuro”.
Nessa parte descobrimos porque a protagonista Tree resetava o dia após sua morte: o amigo de seu namorado, Ryan, construiu um projeto de ciências que é uma máquina quântica. Quando um novo evento acontece (sem spoilers), a máquina dispara e Tree é jogada numa dimensão alternativa onde algumas coisas mudam, mas o assassino volta e não é mais o mesmo. Então ela e seus velhos e novos amigos devem descobrir um jeito de impedir os assassinatos, descobrir o criminoso e ainda fazer a mocinha voltar para a sua dimensão original.
A trama inicial é apenas uma desculpa para irmos para a outra dimensão, o que é a grande sacada para que o filme continue na pegada do primeiro, mas adicione alguns componentes emocionais e muitos outros cômicos, com algumas cenas hilárias e dando mais espaço para os coadjuvantes: a cena da ex melhor amiga de Tree, Danielle, fazendo se passar por cega é ótima, bem como a sequencia de mortes com destaque para a do avião de biquíni cujo trailer mostra apenas um pedaço.
O elenco desconhecido (grande parte é o mesmo do antecessor) mostra a que veio, tanto nas partes cômicas, quanto nas mais dramáticas, como a introdução da subtrama da mãe de Tree, que não só faz a diferença na jornada emocional da personagem, como parece ter sido planejada desde o início. Aliás, Jessica Rothe (Tree) conquista o público com suas caras e bocas que caem como uma luva nesse contexto de Terrir (terror + rir).
Destaque para a trilha sonora de Bear McCreary (“Parque do Inferno”) que resgata com maestria a atmosfera que o mestre compositor Alan Silvestri criou para a trilogia “De Volta Para o Futuro”, sendo está uma das grandes homenagens ao clássico.
“A Morte Te Dá Parabéns 2” é um dos melhores cines pipocas comerciais descompromissados desse ano até agora, consegue ser melhor que o original e eleva o patamar de toda a saga que promete ser uma trilogia!
Curiosidades:
– O cenário do hospital teve que ser construído do zero, pois no original, as cenas foram filmadas num hospital de verdade que logo depois foi demolido.
– A cena do suicídio de biquíni no avião foi inspirada do clipe da trilha sonora que toca exatamente nessa cena que é Hard Times da banda Paramore, onde há uma sequencia semelhante.
– Na cena do triturador de árvore, há uma placa dizendo “Biff’s Tree Removal” (Removedor de Árvore do Biff”. Primeiro que é uma homenagem a Biff Tannen, antagonista de Marty McFly em “De Volta Para o Futuro”, o qual inclusive tem um bordão em que fala “Porque você não faz como uma árvore e vai embora?”. Segundo que Tree (árvore) também é o nome da protagonista, e portanto a cena vai ser auto explicativa.
– A máquina quântica é chamada Sissy por causa de um personagem da mitologia grega chamado Sissyphus, condenado a viver o mesmo dia sempre para pagar seus erros.
– Logo no início do filme, vemos o carro de Phi e no painel há um boneco de Nikola Tesla que revolucionou a engenharia mecânica e elétrica e sempre é citado em projetos que mexem com o espaço-tempo, como no filme “O Grande Truque”, o que já é uma prévia do que iria acontecer nesta produção.
– Não se espantem se o nome da protagonista, Tree, for usado na parte três como alusão a three que é três em inglês.
Ficha Técnica
Elenco:
Jessica Rothe
Israel Broussard
Phi Vu
Suraj Sharma
Sarah Yarkin
Rachel Matthews
Ruby Modine
Steve Zissis
Charles Aitken
Laura Clifton
Missy Yager
Jason Bayle
Caleb Spillyards
Direção:
Christopher Landon
Produção:
Jason Blum
Fotografia:
Toby Oliver
Trilha Sonora:
Bear McCreary