A Ilha (“Grand Isle”)

É como se fosse uma paródia de quinta categoria de um bom suspense, só que na verdade o filme queria ser o tal bom suspense.

Essa “obra” entre aspas faz parte da safra antes de Nicolas Cage retornar aos holofotes com “O Peso do Talento” e, detalhe, foi o filme com o pior desempenho nas bilheterias da carreira do ator e ainda o pior avaliado pelo Rotten Tomatoes juntamente com “Engano Mortal” de 1993 onde Cage também atua.

O canastríssimo e desconhecido Luke Benward é Buddy, um jovem que vai consertar a cerca da casa de um misterioso casal e acaba preso lá por causa de uma tempestade. Ao conhecer o casal, Walter e Fancy (Cage e a também desconhecida KaDee Strickland), Buddy vai descobrir que eles são mais sinistros do que aparentam.

A produção é declaradamente um filme B com orçamento tão baixo que falou dinheiro no final da produção e tiveram que encurtar as filmagens em 2 dias. Por isso no desfecho há um corte tão grande entre os dois momentos de clímax que não se conversam nem um pouco.

Os cenários são de última com materiais claramente reciclados e com filmagens amadores. Começa que Cage já faz aquela sua famosa caracterização de maluco, mas não no tom sombrio, ameaçador e psicopata, mas sim naquele seu lugar de conforto que faz a trama quase descambar para a comédia. Nesse ponto KaDee Strickland até se sobressai como talvez a personagem mais coesa da trama.

Entretanto, o roteiro não ajuda, ou melhor, foi escrito por gente mais doida que o casal de personagens. Aliás, o tal plano do casal de psicopatas é sem pé nem cabeça. É impossível entender o que se passa na cabeça deles quando a trama se desenrola. Quanto mais a tensão deveria crescer, pior fica e pior ficam os rumos que a história toma. O que dizer dos diálogos travados por Buddy e o agente que o interroga, interpretado por Kelsey Grammer (“Tal Pai, Tal Filha”) que aparentemente chegou no fundo do poço. O raciocínio do agente é um retardamento sem tamanho e suas conclusões dão até vergonha alheia.

Existiu uma boa idéia em “A Ilha”, só que essa idéia passou por uma máquina de moer cérebro e ainda caiu numa produção sem um tostão. Daí foi só encontrar Nicolas Cage e o desastre ficou pronto.

Ficha Técnica