Se a Dinamarca tiver algo parecido com a Sessão da Tarde, daqui a alguns anos, é lá que esse filme vai passar.
Dina é a filha de uma feiticeira na época medieval que foi a única de três irmãos herdou da mãe o poder de ver a alma das pessoas e fazê-las sentir vergonha de seus atos. Quando ela e sua mãe são enganadas por Drakan, um vilanesco príncipe que quer tomar o trono matando os herdeiros reais e culpando Nicomdemus, o último da linhagem, Dina deve usar sua coragem e magia para tentar desbaratar essa conspiração.
A atriz mirim dinamarquesa Rebecca Emilie Sattrup é o que dá a alma ao filmo com sua inocência, olhos claros e sorriso desconfiado, sendo o resto do elenco cheio de maneirismos amadores, mas que também não prejudicam o resultado. O design de produção – para um filme relativamente barato – foi bastante elaborado e criativo e até os poucos efeitos especiais conspiram a favor.
Só que a história é meio bobinha e a própria conspiração parece muito mal planejada, visto que no início há a preocupação em avalizar o reinado de DRakan ao incriminar Nicodemus, mas depois isso é simplesmente esquecido, isto é, como se todo o plano maléfico perdesse sua razão de ser. E o diretor Kenneth Kainz simplesmente segue essa maré sem questionar pontos importantes da narrativa e, apesar de trazer um desfecho até interessante e fora dos padrões (dando espaço para uma continuação), toda a história parece ter sido filmada diluída em panos quentes e nem mesmo o clímax parece convencer.
Pelo menos “A Herdeira” é consistente em sua proposta morna e tem uma protagonista mirim prodigiosa que talvez pela baixa temperatura da trama, acaba sempre se destacando. Vale um olhar sem compromisso.
Ficha Técnica
Elenco:
Rebecca Emilie Sattrup
Peter Plaugborg
Allan Hyde
Jakob Oftebro
Roland Møller
Maria Bonnevie
Søren Malling
Stina Ekblad
Laura Bro
Joi Johannsson
Esben Dalgaard Andersen
Lado Hadzic
Direção:
Kenneth Kainz
Produção:
Eva Juel Hammerich
Nina Lyng
Fotografia:
Lasse Frank Johannessen
Trilha Sonora:
Jeppe Kaas