Keanu Reeves como o escolhido para salvar o mundo das forças do mal? Não é “Matrix”, mas é quase. Uma espécie de “Matrix” no Japão antigo. Baseada na lenda que dá nome ao título, o protagonista é Kai, um jovem vindo de uma floresta mística que cresce sendo um pária de um clã japonês, até que este é atacado e tem seus samurais banidos. Então Kai, junto aos ronin devem derrotar o vilão e sua bruxa para reaver o reino.
Reeves ostenta sua inexpressividade habitual que costuma funcionar em filmes de ação e aqui, num Japão onde se escreve em japonês e se fala em inglês (com sotaque nipônico), não é diferente. Carl Rinsch, que estréia na direção de longas metragens, conseguiu imprimir um ótimo ritmo à narrativa onde mesmo os hiatos não cansam o espectador. As cenas de ação são criativas e sempre situam o público, além de ótimos efeitos especiais.
O roteiro, por outro lado, é engessado, fazendo os arcos de história serem burocráticos e episódicos. Sem contar alguns furos que podem incomodar, como os tais poderes de Kai que poderiam ter sido usados muito antes (mas aí não teria filme) sob o argumento de uma tal promessa que já no fim é facilmente quebrada, ou ainda a própria natureza da disputa de terras e as decisões malucas do Shogun que hora é impiedoso ao extremo, hora sofre de compaixão aguda.
Seu desfecho, apesar de ser o único trecho mal dirigido por não cativar tanto a emoção da platéia mesmo tendo potencial para tal, é bastante original e sai do lugar comum. Enfim, “47 Ronin” tem erros e acertos que acabam se equilibrando tornando-o um filme de ação digno de uma ida ao cinema, mesmo que esquecível rapidamente.
Ficha Técnica
Elenco:
Keanu Reeves
Hiroyuki Sanada
Ko Shibasaki
Tadanobu Asano
Min Tanaka
Jin Akanishi
Masayoshi Haneda
Hiroshi Sogabe
Takato Yonemoto
Hiroshi Yamada
Shû Nakajima
Cary-Hiroyuki Tagawa
Neil Fingleton
Rinko Kikuchi
Direção:
Carl Rinsch
Produção:
Pamela Abdy
Eric McLeod
Fotografia:
John Mathieson
Trilha Sonora:
Ilan Eshkeri