Em 2002 o primeiro “Cabana do Inferno” do ainda novato diretor Eli Roth (mais tarde despontando ao estrelato com “O Albergue“) movimentou bastante a cena independente do terror internacional com a história de um grupo de jovens que iam passar um fim de semana numa cabana isolada e foram infectados por um vírus que os fazia entrar em decomposição. Apesar de mostrar com eficiência o horror gráfico e a deterioração de relacionamento entre os amigos de forma bastante tensa, perde a mão no fim por deixar de se levar a sério.
Seis anos depois sua continuação toma um decisão, de certa forma, acertada: é totalmente trash. E por isso, leia-se sair do terror e entrar no terrir. Começando exatamente de onde o primeiro parou, a produção mostra, via uma tosca e inusitada animação, como o rio contaminado se espalhou pela cidadezinha próxima através da companhia de abastecimento de água, o que já dá o tom da narrativa. Daí vemos personagens pra lá de caricatos no que vai culminar naqueles bailes de formaturas americanos onde o desastre será total.
O politicamente incorreto misturado com o puro gore chega a ser delicioso, desde um ônibus despedaçando um coitado, passando por um sexo oral quase explícito, até uma improvável cena de sexo na piscina entre um jovem e uma obesa mórbida que vai se desfazendo aos poucos com o vírus.
Mas é claro que como a maioria dos filmes desse calibre, seu roteiro é amarrado com fios de barbante e se solta inevitavelmente na hora de contar história de verdade. Então “Cabana do Inferno 2” acaba sendo uma sucessão de piadinhas de mal gosto envolvendo o vírus e que, por sorte, só tem 86 minutos, acabando praticamente da forma que começou. Sem muito sentido. Só para fãs frenéticos do gênero.
[rating:2]
Ficha Técnica
Elenco:
Noah Segan
Rusty Kelley
Alexi Wasser
Marc Senter
Giuseppe Andrews
Rider Strong
Mark Borchardt
Judah Friedlander
Michael Bowen
Direção:
Ti West
Produção:
Patrick Durham
Lauren Moews
John Sachar
Lauren Vilchik
Fotografia:
Eliot Rockett
Trilha Sonora:
Ryan Shore