Colin Farrell mal saiu dos sets de “A Grande Viagem da Sua Vida” e já vem ele fazendo outro filme – dessa vez um drama – com uma pegada também surreal, e que coincidentemente também as mesmas qualidades e defeitos de sua produção anterior.
Ele é Lord Doyle, um jogador compulsivo que está nos cassinos de Macau perdendo dinheiro, até que conhece a misteriosa Dao Ming (Fala Chen de “Godzilla e Kong – O Novo Império”) cuja companhia pode mudar a sua vida.
Aqui o surreal se passa mais na cabeça do protagonista, o que ajuda o espectador a mastigar melhor, mesmo que a direção Edward Berger (“Conclave“) tenha decidido acertadamente misturar a abordagem visual entre sonho e realidade e ainda traga, além de um ótimo design de produção, a primorosa fotografia de James Friend, que já trabalhou com Berger no premiado “Nada de Novo no Front”.
Farrell mais uma vez dá o que pode no papel, sempre se saindo muito bem, só que o diretor realça mais as partes menos relevante, com muitos momentos etéreos, enquanto a origem do protagonista e o drama de seu relacionamento com Dao é esclarecido, mas sem a profundidade para prender o público.
Os três gatilhos narrativos do filme – a saber: a) o vício em jogo; b) a origem de Doyle e c) a história de Dao – o roteiro foca no primeiro e deixa os outros mais largados como se eles fossem se destacar por si só (mesmo que sejam bem interessantes).
Mesmo sendo um delírio visual, o que salva mesmo “Balada de um Jogador”, baseado no livro de Lawrence Osborne, é Farrell que consegue jogar com mediocridade do roteiro sem dar sono e, por isso mesmo, é mais recomendado para os fãs do ator. Ah, e tem cena pós crédito.
Ficha Técnica:
Elenco:
Colin Farrell
Tilda Swinton
Fala Chen
Alex Jennings
Alan K. Chang
Margaret Cheung
Jason Tobin
Deanie Ip
Direção:
Edward Berger
História e Roteiro:
Rowan Joffe
Produção:
Edward Berger
Mike Goodridge
Teresa Moneo
Matthew James Wilkinson
Fotografia:
James Friend
Trilha Sonora:
Volker Bertelmann





