Algumas histórias são fantásticas demais e merecem ser contadas. É o caso deste documentário que fala sobre um adolescente que descobre que tem um irmão gêmeo de maneira inacreditável e, como se não bastasse, os dois descobrem que há um terceiro irmão gêmeo.
Em seu primeiro longa metragem documental, o cineasta Tim Wardle soube conduzir a narrativa muito bem, entregando gradativamente os pedaços do quebra-cabeça para o espectador que se depara com uma situação estatisticamente improvável. Ele faz uso da trinca básica do gênero: entrevistas, imagens de arquivo e reconstituições.
A surpresa é maior pela mudança de tom, a partir da metade quando se descobre que essa separação não foi por acaso, dando início a um mistério jamais solucionado, ao mesmo tempo que acompanham as desventuras dos trigêmeos que depois da adolescência fizeram essa descoberta, a qual a longo prazo teve um custo caro.
O diretor consegue fazer com que o público tenha afeição e empatia pelo objeto do documentário (os trigêmeos) e por isso mesmo ganha com os caminhos tortuosos que eles seguirão, ao mesmo tempo que entra no mistério da motivação que levou essa separação com uma profunda discussão sobre qual a porcentagem do genótipo que influencia na vida de cada um versus o meio externo. A resposta chega a ser surpreendente.
“Três Estranhos Idênticos” é um documentário que consegue ter bom humor, drama, suspense e ótimas discussões sobre amizade, irmandade, família e psicologia.
Ficha Técnica:
Elenco:
Robert Shafran
Michael Domnitz
Howard Schneider
Ellen Cervone
Alan Luchs
David Kellman
Hedy Page
Alice Shafran
Elliott Galland
Eddy Galland
Richard Kellman
Direção:
Tim Wardle
História e Roteiro:
Grace Hughes-Hallett
Tim Wardle
Produção:
Grace Hughes-Hallett
Becky Read
Fotografia:
Tim Cragg
Trilha Sonora:
Paul Saunderson
