A premissa é boa e o filme começa bem: uma família de vampiros procurar viver como gente normal se abstendo de sangue com o casal de filhos sem ainda saber de suas próprias habilidades.
O marido Peter (Damian Lewis de “Nosso Fiel Traidor”) é – que ironia – um médico respeitado, enquanto sua esposa Helen (Kelly Macdonald de “Passei Por Aqui”) é a dona de casa perfeita. As coisas complicam quando seus filhos descobrem que são vampiros causando uma morte acidental e daí Peter chama seu irmão gêmeo para ajudar, mas ele só quer ver o circo pegar fogo.
O elenco tem uma ótima química com tudo montado para dar certo se o roteiro seguisse qualquer linha narrativa. O problema é que ele decide seguir TODAS as linhas ao mesmo tempo e tenta abraçar os dramas pessoais de cada um dos personagens, muitas vezes desconectando-se do essencial. Tanto que o evento e personagem que dá início à trama simplesmente é esquecida depois e nunca mais volta a ter destaque.
A história atira para todos os lados: traição, homossexualidade, paranoia, paternidade e às vezes até vampirismo. O elenco tem que se virar para ir do cômico ao dramático dependendo da mudança da linha narrativa bipolar que consegue em segundos mudar de assunto, de tom, de personagens e de abordagem ao mesmo tempo, transformando a história numa bagunça meio disfarçada, inclusive inventando regras vampíricas que vez ou outra se contradizem.
Baseado no livro de Matt Haig, “Os Radley” começa com alhos e termina com bugalhos sem a mínima vergonha ou a mínima noção de estar estragando uma ótima premissa.
Ficha Técnica:
Elenco:
Kelly Macdonald
Damian Lewis
Bo Bragason
Sophia Di Martino
Steven Waddington
Jay Lycurgo
Shaun Parkes
Harry Baxendale
Madeleine Power
Freddie Wise
Sarah Durham
Direção:
Euros Lyn
História e Roteiro:
Talitha Stevenson
Jo Brand
Produção:
Debbie Gray
Fotografia:
Nanu Segal
Trilha Sonora:
Keefus Ciancia