Os Roses – Até que a Morte os Separe (“The Roses”)

É um remake do agora clássico “A Guerra dos Roses” de 1989 com Michael Douglas e Kathleen Turner na época em que eles eram o casal (nas telas) favorito de Hollywood, tendo emplacado sucessos como “Tudo Por Uma Esmeralda” e “A Joia do Nilo” anos antes.

Por incrível que pareça, essa “atualização” ficou tão boa, senão melhor do que o original. O casal da vez é interpretado pelos britânicos Benedict Cumberbatch (“O Esquema Fenício”) como Theo, e Olivia Colman (“Paddington – Uma Aventura da Floresta”) como Ivy, que desde o primeiro minuto já se mostram com um timing cômico irretocável que, inclusive, consegue se misturar ao drama e romance sem perder a essência.

10 anos depois de um casamento de sucesso, a relação deles começa a se desgastar, principalmente quando Theo perde seu emprego de arquiteto, enquanto Ivy ganha notoriedade como chef celebrada. Em sua cabeça, Theo perdeu seu propósito de provedor e passa a cuidar dos filhos, enquanto Ivy nunca está em casa por causa dos negócios. O desgaste se transforma em ranço e para chegar em ódio não demora muito.

Ao contrário do original que é mais caricato para ser mais engraçado, aqui vemos uma construção que poderia muito bem se passar no mundo real, não fossem as óbvias piadas no estilo de Saturday Night Live (inclusive alguns artistas coadjuvantes já passaram pelo SNL).

O diretor Jay Roach (“O Escândalo”) se aproveitou de um excelente roteiro com diálogos inteligentes e ácidos e do enorme talento do elenco para coloca-los em situações engraçadas, mas de alguma forma factíveis, além de mostrar um arco emocional de ambos que poderia ser verdadeiro, ou seja, o espectador consegue identificar os elementos absurdos dessa comédia como algo que, dado o contexto, poderia até ser verdadeiro, dando algo que poucas comédias têm (ou precisam ter) que é credibilidade.

Os Roses” talvez seja o auge de sofisticação que uma comédia pode chegar sem perder o seu charme e a capacidade de gerar todo tipo de risada.

Curiosidades:

  • Uma das grandes diferenças entre esta refilmagem e o original é que o primeiro é narrado pelo advogado amigo do casal interpretado por Danny DeVitto, enquanto agora os eventos acontecem sem ninguém para narrar. O personagem de DeVitto continua como amigo do casal, mas com outro propósito e interpretado por Andy Samberg (“Tico e Teco – Defensores da Lei”)

***SPOILER – SÓ LEIA SE JÁ TIVER ASSISTIDO AO FILME***

  • Talvez a maior diferença entre o remake e o original é o desfecho: no original eles terminam morrendo e se odiando. No remake eles fazem as pazes, mas morrem (na verdade o final dá a entender que eles morrem).

Ficha Técnica:

Elenco:
Olivia Colman
Benedict Cumberbatch
Kate McKinnon
Andy Samberg
Allison Janney
Ncuti Gatwa
Sunita Mani
Zoë Chao
Jamie Demetriou
Delaney Quinn

Direção:
Jay Roach

História e Roteiro:
Tony McNamara

Produção:
Adam Ackland
Tom Carver
Leah Clarke
Ed Sinclair

Fotografia:
Florian Hoffmeister

Trilha Sonora:
Theodore Shapiro

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